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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Petrobras anunciou nesta quarta-feira (24) a distribuição de R$ 10,3 bilhões em dividendos, o equivalente a R$ 0,787446 por ação ordinária (com direito a voto) e preferencial (sem direito a voto) em circulação, com base no desempenho da companhia em 2020.
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Do valor a ser pago, R$ 5,7 bilhões são referentes à destinação do resultado do exercício de 2020 e R$ 4,6 bilhões são oriundos da conta de reserva de retenção de lucros.
A companhia reportou lucro líquido de R$ 7,11 bilhões em 2020.
Para receber os dividendos, o investidor deve ter ações da Petrobras até 14 de abril. No caso de detentores de ADRs (recibo de ação negociado nos Estado Unidos), o prazo é maior, 16 de abril.
Segundo a companhia, as ações da Petrobras serão negociadas sem direito a dividendos, tanto na Bolsa brasileira como na Bolsa de Nova York, a partir do dia 15 de abril.
O pagamento será efetuado em 29 de abril e todos os valores serão atualizados pela variação da taxa Selic de 31 de dezembro de 2020 até a data do pagamento.
"O dividendo proposto, superior ao mínimo obrigatório, foi possibilitado pela forte geração de caixa alcançada pela companhia em 2020 e está alinhado ao compromisso de geração de valor para os acionistas", disse a Petrobras em comunicado ao mercado.
Em dezembro, a companhia pagou os dividendos referentes ao exercício de 2019, no valor de cerca de R$ 1,7 bilhão aos detentores de ações ordinárias e de R$ 2,5 milhões aos preferencialistas.
Em outubro, a empresa revisou sua política de remuneração aos acionistas, permitindo o pagamento de dividendos mesmo quando a empresa tiver prejuízo.
Agora, o principal critério para definir a distribuição é a redução da dívida nos doze meses anteriores.
"De 2014 a 2017 a Petrobras não pagou dividendos por não apurar lucro líquido no período. Desde então, voltou a pagar, mas menos que seus pares internacionais e isso é um dos motivos dela ser negociada em um valor abaixo dos concorrentes", diz Ilan Abertman, analista da Ativa Investimentos.
Esta foi a segunda revisão da política de dividendos sob a gestão Roberto Castello Branco, nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para presidir a companhia no início de 2019 e, recentemente, alvo de críticas do presidente, que nomeou o general Joaquim Silva e Luna para substituí-lo.
A primeira mudança de Castello Branco em relação ao tema foi a criação de uma regra para o pagamento de dividendos extraordinários.
Segundo Castello Branco, a Petrobras remunera mal seu acionista. Desde que ele assumiu a companhia, acelerou o processo de venda de ativos, alegando que a empresa precisa reduzir sua dívida e focar em projetos mais rentáveis.