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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Promotoria Eleitoral de São Paulo apresentou denúncia nesta quinta-feira (25) contra o presidente do PSD, Gilberto Kassab, na qual o acusa de corrupção, lavagem, associação criminosa e caixa dois relacionado ao frigorífico JBS.
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O Ministério Público afirma que Kassab, ex-prefeito de São Paulo de 2006 a 2012, recebeu indevidamente do grupo empresarial R$ 16 milhões de 2014 a 2016 por meio da empresa Yape Assessoria e Consultoria, na qual ele tinha participação societária.
A investigação partiu da delação premiada, firmada em 2017, de executivos da JBS, como um dos donos da companhia, Wesley Batista.
O empresário na ocasião disse que remunerava o ex-prefeito por meio de contratos superfaturados de aluguel de caminhões com a Yape.
Kassab chegou a ser alvo de buscas em 2018, quando ainda era ministro do governo Michel Temer (MDB), pedidas à época pela Procuradoria-Geral da República.
Na época, ele também já estava escalado para integrar o secretariado do hoje governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Com a repercussão do caso, acabou se licenciando do cargo e, no ano passado, se desligou definitivamente.
Também foram denunciados Renato Kassab, irmão do político e sócio da Yape, e Flávio Castelli Chueri, ex-tesoureiro do PSD.
Segundo o Ministério Público Eleitoral, os pagamentos ocorreram no contexto de relações do grupo empresarial com agentes públicos, "com o objetivo de assegurar boas relações, bem como viabilizar a captação de recursos para o financiamento dos seus projetos de implantação e expansão, em diferentes ramos de atividade da economia".
Na época dos fatos, Kassab concorreu a senador por São Paulo, mas não se elegeu. Entre 2015 e 2016, ele foi ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff. De 2016 a 2018, comandou a pasta da Ciência, Tecnologia e Comunicações na gestão Temer.
OUTRO LADO
O ex-prefeito sempre negou todas as acusações. Diz que a firma familiar investigada recebeu recursos lícitos e prestou serviços para o grupo dono da JBS.
"Os valores foram regularmente recebidos em decorrência de uma atividade empresarial lícita que não guarda relação com eventuais funções públicas, nem com atividade político partidária exercidas."
Também afirma que se afastou do quadro societário da Yape antes de voltar a assumir cargos públicos, em 2015, "não tendo recebido quaisquer valores relacionados a esses contratos após meados de 2014".
Ele diz reafirmar "a lisura de seus atos e total confiança na Justiça, com a certeza de que restará comprovada a correção de todos os atos apurados".