País com melhor educação fechou menos as escolas

Alemanha, Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Cingapura e França ficaram menos de 90 dias com aulas não presenciais

© shutterstock

Mundo Pandemia 26/02/21 POR Estadao Conteudo

Países que são considerados modelos de educação e com os melhores resultados no Pisa, a maior avaliação internacional de estudantes, fecharam escolas por menos tempo durante a pandemia. Alemanha, Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Cingapura e França ficaram menos de 90 dias com aulas não presenciais.

PUB

O Brasil - sempre entre as últimas colocações no ranking do exame - teve 267 dias de escolas fechadas até o fim de janeiro. A maioria dos Estados ainda não reabriu as redes e a preocupação com a situação atual da pandemia de coronavírus no País está fazendo com que governadores e prefeitos adiem a volta.

Os dados foram tabulados pela consultoria Vozes da Educação, com apoio da Fundação Lemann e do fundo Imaginable Futures, considerando a situação da educação em 21 países durante a pandemia. Ao cruzarem informações da Organização Mundial da Saúde sobre números de casos com o total de dias em que escolas ficaram abertas, concluíram que elas não foram responsáveis pelo aumento das transmissões - como outros estudos científicos têm mostrado.

"Temos de comprar brigas maiores antes de pensar em deixar as escolas fechadas", diz o diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne. "Dados os efeitos deletérios sobre a aprendizagem, para a saúde mental e para as famílias, e a quantidade de evidências de baixa infecção nas escolas, a gente deveria estar discutindo o que mais se pode fazer para abrir escola mais rápido", acrescenta.

Um exemplo no estudo é a França, que fechou bares e restaurantes, mantém as escolas abertas desde o dia 4 de janeiro e não teve aumento de casos. No Reino Unido, apesar de escolas terem sido fechadas em janeiro e fevereiro em um duro "lockdown", o primeiro-ministro Boris Johnson anunciou que elas voltarão em março, mais de um mês antes de academias, salões de beleza e outros serviços.

Segundo a fundadora do Vozes da Educação, Carolina Campos, responsável pela pesquisa, as análises mostram que outros locais abertos, como bares, restaurantes e comércio, influenciaram muito mais na subida da curva de casos do que as escolas. O estudo também indica que os países que ficaram menos tempo com a educação fechada também tiveram uma reabertura de sucesso. Entre os fatores em comum estão uma comunicação transparente com a sociedade, monitoramento dos casos de covid e coordenação nacional.

Entre os 21 países analisados, 17 fizeram monitoramento dos casos de covid para isolar infectados e entender se a contaminação foi na escola ou fora dela. Só cinco (Argentina, Chile, França, Reino Unido e Uruguai) incluíram os professores na lista prioritária para vacinação contra a covid.

'Novo normal'

Muitos deles tiveram que abrir e fechar escolas diversas vezes, mas, para Carolina, isso é o esperado para o "novo normal na educação", já que estamos ainda no meio de uma pandemia e "infecções infelizmente ainda vão ocorrer". "É importante que os pais no Brasil entendam que abrir e fechar escola ou colocar uma turma em quarentena não são sinônimos de insucesso", diz. "Isso é muito melhor do que manter as escolas fechadas. Se o Brasil tivesse reaberto em setembro, quando a curva estava baixa, teríamos oferecido com dignidade um semestre para as crianças." O estudo mostra que países que tiveram sucesso na reabertura promoveram uma comunicação homogênea entre gestores, fizeram lives com o ministro da Educação, criaram sites com números de casos das escolas, dialogaram com sindicatos.

Mesmo em vizinhos latinos há exemplos de boa comunicação e integração. O ministro da Educação argentino tem viajado para dialogar nas 24 províncias. No Chile, foi criado o programa "Yo confío en mi escuela" (Eu confio na minha escola), dando à comunidades autonomia para decidir a reabertura.

No Brasil, não há nenhum plano do Ministério da Educação para volta presencial. Sindicatos também têm tentado impedir a abertura das escolas em Estados como São Paulo. Para Mizne, o calendário de aberturas no País está muito lento. "Países que levam a educação a sério priorizaram a reabertura. Essa discussão já está superada lá fora." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Jhei Soares Há 9 Horas

Influenciadora posta vídeo horas antes de morrer: ‘Indo ser jovem’

justica Sete Lagoas Há 11 Horas

Adolescente é estuprada, atropelada e morta após festa em MG

mundo Austrália Há 11 Horas

Cobra atrasa voo na Austrália e é removida por passageiro famoso

fama Briga! Há 2 Horas

Andressa Urach é agredida em festa e leva 4 pontos no rosto

fama Liam Payne Há 23 Horas

Fotografia de Liam Payne antes de morrer gera revolta nas redes sociais

fama Liam Payne Há 10 Horas

Relatório aponta que Liam Payne tentou escapar do quarto antes de morrer

lifestyle Dicas Há 10 Horas

Descubra itens que devem ser guardados na geladeira e você não sabia

brasil Trabalho temporário Há 9 Horas

Trabalho temporário? Saiba os seus direitos e como evitar prejuízos

politica Kids pretos Há 1 Hora

Bolsonaro tentou ser kid preto por 2 vezes: 'Fui deixado pra trás'

fama FERNANDA-TORRES Há 22 Horas

Fernanda Torres mostra ida a túmulo de Eunice Paiva