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Dois dos maiores entusiastas do programa de suspensão do pagamento de dívidas de países pobres por causa da pandemia, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) vão propor ao grupo das 20 economias mais ricas do globo (G-20) que prorrogue o programa, conhecido pela sigla em inglês DSSI, até o fim do ano. Depois, no entanto, acreditam que o melhor a fazer é cancelar a iniciativa para começar a tratar os casos de forma individual.
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A proposta será apresentada ao G-20 em abril, durante a reunião de primavera do FMI, de acordo com o diretor global de práticas globais de Macroeconomia, Comércio e Investimento (MTI, na sigla em inglês) do Banco Mundial, Marcello Estevão, em entrevista ao Estadão/Broadcast. "Estamos escrevendo um relatório conjunto com o FMI com a sugestão ao G-20 de estender o programa por mais seis meses", explicou. A ideia de encerrar o programa em dezembro se dá, segundo o diretor, porque o DSSI não resolve os problemas de fundamentos das dívidas desses países. Para o FMI e o Banco Mundial, de acordo com Estevão, muitos países precisam passar por uma reestruturação de seus débitos para que possam manejá-los de forma sustentável pelos próximos anos.
A iniciativa foi criada para tentar resguardar os países mais pobres do mundo dos impactos da pandemia, mas apenas por meio de um adiamento do pagamento do valor principal e de juros. É uma forma de gerar uma espécie de "alívio rápido" para essas nações, mas não resolve o cerne de seu endividamento. Por isso, o G-20 também criou em novembro do ano passado o Esboço Comum para Tratamentos de Dívidas além do DSSI, um novo instrumento que ajuda os países em desenvolvimento a lidarem com as vulnerabilidades da dívida soberana, principalmente os que têm uma carga de dívida considerada desafiadora.
Conforme o Banco Mundial, que inclui o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e a Agência Internacional para o Desenvolvimento (IDA, na sigla em inglês), a covid-19 é causa de uma recessão global que pode levar mais de 100 milhões de pessoas à pobreza extrema. A iniciativa de adiamento de pagamentos entrou em vigor em 1º de maio do ano passado, auxiliando com um socorro de cerca de US$ 5 bilhões a mais de 40 países elegíveis.
Inicialmente, estava previsto que se encerrasse no fim do ano passado, mas o G20 decidiu estender o prazo até junho de 2021, em meio a muitas controversas entre, principalmente, Estados Unidos, China e União Europeia (UE).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.