Polícia apura morte de enteado de vereador; laudo mostra sinais de agressão

O advogado disse que o pai do menino está estarrecido

© Reprodução-Redes Sociais

Justiça Henry Borel 19/03/21 POR Folhapress

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a morte do enteado do vereador Jairinho (Solidariedade), que morreu aos 4 anos. De acordo com o laudo de necropsia, há sinais de violência e a causa da morte foi hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente. Henry Borel foi levado ao hospital pelo vereador e a mãe, que relataram que a criança apresentava dificuldades para respirar.

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No documento, a perícia constatou múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores; infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, na região parietal direita e occipital, ou seja, na parte da frente, lateral e posterior da cabeça; edemas no encéfalo; grande quantidade de sangue no abdômen; contusão no rim à direita; trauma com contusão pulmonar; laceração hepática (no fígado); e hemorragia retroperitoneal.

O professor titular de Medicina Legal da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) Nelson Massini afirmou à reportagem que, ao analisar o laudo de necropsia, é possível afirmar que a criança sofreu uma ação violenta contra o corpo.

"Essa criança foi espancada de maneira violenta, pelo laudo médico legal, a criança tem sinais de violência física severa que atingiu a cabeça, pulmão, abdômen, rompimento de fígado, rim e várias equimoses. É um negócio de uma gravidade muito grande", disse ele.

Na quarta (17), o médico e vereador Jairinho e a namorada, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, mãe da criança, prestaram depoimentos na 16ª DP (Barra da Tijuca). De acordo com as investigações, na madrugada do último dia 8, eles levaram o menino a um hospital onde relataram que a criança apresentava dificuldade respiratória. O casal então ligou para o pai para relatar o ocorrido.

O engenheiro Leniel Borel de Almeida foi, então, até a unidade de saúde e encontrou os médicos tentando reanimar a criança. O pai do menino abriu uma ocorrência na 16ª DP para entender o que aconteceu com o filho.

À reportagem, Leniel Borel disse emocionado que é "muito difícil para um pai enterrar um filho. Meu filho era um anjo".Pelas redes sociais, a escola em que o menino estudava publicou uma nota de pesar dizendo que a criança faleceu em decorrência de acidente doméstico.

A reportagem procurou o vereador Jairinho, mas não obteve resposta.

Leonardo Barreto, advogado do pai do Henry, disse que não teve acesso ainda ao depoimento do casal.

"O menino estava em perfeitas condições, totalmente normal, brincando, alegre, feliz, e, quanto a isso, não tem nenhum questionamento a se fazer. O que me chamou atenção nesse caso foi o laudo. O que o pai me contou foi que ele foi para o hospital com alegação de parada respiratória e, quando tive acesso ao laudo, o laudo transcreveu causa morte por ação contundente, hemorragia no fígado e outras lesões em outros órgãos, e isso me causou total estranheza, pois não tinha nexo causal com o que aconteceu e a informação prestada no hospital", disse Barreto.

"Se eles [a mãe e o vereador] mudaram a versão, está bem claro o que aconteceu. Nossa função aqui não é incriminar, atribuir responsabilidade a ninguém, não é tentar incriminar A ou B, é simplesmente saber a verdade sobre como o menino morreu", acrescentou o advogado, à reportagem.

O advogado disse que o pai do menino está estarrecido. "Quando ele viu o laudo, o mundo dele caiu, desabou, ele está completamente mal e desnorteado", concluiu.

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