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Milhares de israelenses foram às ruas na noite de sábado (20) em Jerusalém para exigir a renúncia de Binyamin Netanyahu. Eles protestaram em frente à residência oficial do primeiro-ministro, que é candidato à reeleição no pleito legislativo de terça-feira (23).
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O protesto deste sábado é o maior dos últimos meses no país. Organizadores falam em 50 mil pessoas, enquanto a imprensa local estima o número de participantes em 20 mil. Desde junho de 2020, são frequentes as manifestações contra o primeiro-ministro, que está no poder há 12 anos ininterruptos.
O jornal Haaretz registrou dois incidentes em que manifestantes foram agredidos por apoiadores de Netanyahu. A polícia pediu aos habitantes de Jerusalém que se mantenham longe do local do protesto e das ruas ao redor.
Netanyahu, 71, é acusado de corrupção em três investigações, embora defenda sua inocência. A primeira apura se ele teria concedido benefícios no valor de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões, na cotação atual) à empresa de telecomunicações Bezeq, a maior do país, em troca de uma cobertura favorável de seu governo no site de notícias Walla, de propriedade do ex-presidente da companhia.
Nos outros dois casos, ele é acusado de aceitar presentes de bilionários, como charutos e bebidas, no valor de US$ 264 mil (R$ 1,4 milhão), e de oferecer vantagens ao jornal Yedioth Ahronoth (o mais vendido no país), também em troca de uma cobertura positiva.
A campanha eleitoral para as eleições legislativas de terça, a quarta votação em menos de dois anos, coincidiu com um intenso programa de vacinação contra a Covid-19, que o primeiro-ministro usou para reivindicar seu valor perante o eleitorado.
Israel é o líder mundial na aplicação do imunizante –já distribuiu 111,5 doses para cada 100 habitantes, segundo o site Our World in Data (a maioria das vacinas contra a Covid-19 exige a aplicação de duas doses para garantir a imunização). Com a campanha de vacinação em passo acelerado, o país vem levantando as restrições após um
Segundo as pesquisas, o partido de Netanyahu, o Likud, de direita, ganharia entre 27 e 30 cadeiras de um total de 120 do Knesset, o Parlamento israelense. Dessa forma, ficaria em primeiro lugar, mas não teria votos suficientes para atingir a maioria necessária para formar um governo de coalizão com seus aliados (61 deputados).