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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Imagens de câmeras de segurança mostram Henry Borel Medeiros, 4, que morreu no dia 8 de março, em circunstâncias ainda não esclarecidas, no elevador do prédio onde morava, na Barra da Tijuca, pouco antes de sua morte. O garoto está no no colo da mãe, a professora Monique Medeiros, com o vereador Jairo Souza Santos, conhecido como Dr. Jairinho (Solidariedade), ao lado.
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A gravação do elevador, às 19h38 do último dia 7, mostra o menino no colo da mãe com a cabeça apoiada no ombro dela. Jairinho passa a mão na cabeça e nas costas do garoto.
As cenas foram exibidas pelo "Fantástico", da TV Globo, neste domingo (28).
Na madrugada do dia 8, o menino foi levado já morto pelo casal a um hospital na Barra da Tijuca, com diversas lesões pelo corpo. Os laudos de necropsia atestam que Henry sofreu hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente.
De acordo com relatos do engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai do menino, por volta de 19h20 do dia 7, ele deixou o filho com Monique. Em depoimento prestado pela professora na 16ª DP (Barra da Tijuca), ela contou que o filho chegou chorando e, como era de costume quando estava nervoso, vomitou.
Há também o depoimento de uma ex-namorada do vereador, que relatou episódios de agressão. Segundo ela, a filha, que hoje é adolescente, foi agredida pelo vereador quando tinha 4 anos. A mulher afirmou à polícia que a menina ficava nervosa, chorava e vomitava ao ver Jairinho.
Em áudio enviado ao pai de Henry Borel, a ex-namorada de Jairinho diz ter medo: "Hoje já se passaram quase... quase não, oito anos de tudo que aconteceu comigo. E eu nunca fiz nada, nem nunca procurei nada por medo. A verdade é essa.
E esse medo, eu vou ser bem sincera, eu tenho até hoje. Hoje, nessa data de hoje, eu tenho medo de alguma coisa acontecer, por ele saber as coisas que eu sei, em relação a mim, que aconteceram comigo e com ele".
Em entrevista ao "Fantástico", o advogado de Dr. Jairinho, André França, rebateu as declarações da ex-namorada do vereador.
"Jamais, jamais aconteceram [agressões]. Esses episódios teriam acontecido a mais de uma década atrás e sem qualquer testemunha. O que a gente está tentando demonstrar é, subjetivamente: o Jairinho não tem qualquer conduta violenta de agressão", afirmou o advogado.
Neste domingo, o "Fantástico" divulgou também um depoimento prestado por uma ex-namorada de Jairinho que contou ter trocado mensagens com ele naquela madrugada.
Ela disse ter escrito para o parlamentar: "Estou cansada de você" e recebido como resposta, à 1h47, "Pelo amor de deus."
De acordo com o depoimento de Monique à Polícia Civil, foi por volta deste horário que ela e Jairinho resolveram sair da sala e continuar vendo uma série no quarto de hóspedes.
Ainda conforme o "Fantástico", a mulher que trocou mensagens com Jairinho no dia da morte de Henry disse que terminou relacionamento com o vereador em outubro do ano passado. Em janeiro, ainda segundo ela, o encontrou três vezes.
A mulher relatou que falava com frequência com Jairinho. Ela contou ainda que chegou a ficar com o vereador há cerca de um mês. A mulher admitiu que já houve brigas entre os dois, mas nega agressão física.
Os advogados de Jairinho, André França, e de Leniel, Leonardo Barreto, ainda não haviam se manifestado até o início da tarde desta segunda-feira (29).
A Polícia Civil afirmou que, na última sexta-feira (26), "agentes foram a quatro endereços ligados ao pai, à mãe e ao padrasto da vítima e apreenderam telefones celulares, que passarão por exame de perícia". Disse ainda que o apartamento onde Henry foi encontrado desacordado está interditado para a realização de novas perícias e que "outras testemunhas prestarão depoimento na delegacia e as investigações continuam para esclarecer a morte do menino".