Por que razão seguimos a opinião dos outros para evitar conflitos?

Estudo explica que a anuência com o grupo no qual o indivíduo está inserido ativa zonas cerebrais responsáveis pela sensação de prazer. Em contrapartida, em situações de desentendimento, são enviados sinais de 'erro'

© Shutterstock

Lifestyle Comportamento 22/04/21 POR Notícias ao Minuto Brasil

Sente-se frequentemente pressionado a concordar com a maioria? Você não está só! Segundo uma nova pesquisa divulgada no jornal científico Scientific Reports, neurologicamente, estamos de certo modo predestinados à manipulação pelo coletivo. E a razão é muito simples - evitar conflitos no futuro, explica um artigo publicado na revista Galileu.

PUB

O estudo realizado por uma equipe de neurocientistas da Universidade HSE, na Rússia, detectou que o ato de se opor à opinião geral emite um sinal de alerta no cérebro, deixando resquícios que permanecem por um longo período de tempo. Por outras palavras, os vestígios preservados na atividade cerebral levam a que, posteriormente, o cérebro ajuste a opinião de acordo com a ideia predominante.

Os investigadores consideram que, a curto prazo, a anuência com o grupo no qual a pessoa está integrada desperta zonas do cérebro responsáveis pela sensação de prazer. Ao invés, em casos de discordância, são emitidos sinais de 'erro'. 

"O cérebro absorve a opinião dos outros como uma esponja e ajusta suas funções à opinião de seu grupo social", conta Aleksei Gorin, co-autor do estudo e estudante de doutorado na Universidade HSE. 

Para efeitos da pesquisa, explica a Galileu, os investigadores recorreram a um método denominado magnetoencefalografia (MEG), que possibilita analisar detalhes na atividade do cérebro humano durante o processamento de informações.

No começo da experiência, 20 voluntários analisaram fotografias de rostos desconhecidos e classificaram o grau de confiança que cada um lhes transmitia. De seguida, estes participantes foram informados acerca da opinião de um grupo de colegas relativamente aos indivíduos retratados. Consequentemente, metade acabou por mudar de opinião devido à influência dos seus pares. Mais ainda, os cientistas identificaram alterações na atividade cerebral, isto é, foram retidos 'traços' referentes às discordâncias prévias.

Conforme explicaram os investigadores, uma fração de segundo após reverem os rostos estranhos, o cérebro dos voluntários em discordância transmitia um sinal recordando-os da disputa precedente. Os especialistas creem que a retenção desse alerta permite assim ao cérebro prever potenciais novos conflitos que advenham daquele desentendimento. 

A professora Vasily Klucharev, outra co-autora da pesquisa, disse: "vivemos em grupos sociais e ajustamos automaticamente as nossas opiniões às da maioria, e a opinião dos nossos colegas pode mudar a maneira como o nosso cérebro processa informações por um tempo relativamente longo". 

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica BOLSONARO-PF Há 22 Horas

PF indicia Bolsonaro e mais 36 em investigação de trama golpista

esporte Indefinição Há 7 Horas

Qual será o próximo destino de Neymar?

politica Polícia Federal Há 7 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

brasil Brasil Há 3 Horas

Jovens fogem após sofrerem grave acidente de carro; vídeo

mundo RÚSSIA-UCRÂNIA Há 23 Horas

Rússia ataca Ucrânia com míssil criado para guerra nuclear, diz Kiev

fama Oscar Há 23 Horas

Fernanda Torres tem pico de interesse no Google com Oscar e 'Ainda Estou Aqui'

economia Carrefour Há 5 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

fama Segunda chance Há 20 Horas

Famosos que sobreviveram a experiências de quase morte

justica Itaúna Há 7 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

esporte Campeonato Brasileiro Há 21 Horas

Veja o que o São Paulo precisa fazer para se garantir na Libertadores de 2025