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Rodrigo Constantino, 44, colunista da Jovem Pan, está processando a cantora Anitta, 28, por danos morais e materiais e quer que ela seja obrigada a fazer uma retratação pública. Ele alega à Justiça que a artista se aproveitou de uma situação negativa para ele e apoiou uma campanha difamatória para fazer insinuações sobre a sua filha.
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No processo, que corre no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) são anexados prints de comentários no Twitter feitos pela cantora em novembro passado, rebatendo falas feitas por Constantino em uma transmissão ao vivo no canal dele no YouTube. No momento, o colunista comentava o caso de Mariana Ferrer, influenciadora digital que diz ter sido vítima de estupro em uma casa noturna de Jurerê Internacional, em Florianópolis (SC).
As falas do economista geraram revolta entre anônimos e famosos. Constantino foi demitido da Jovem Pan em novembro do ano passado após esses comentários. No entanto, ele foi recontratado dois meses depois em nova fase do programa "3 em 1".
A cantora foi citada na ação, no dia 8 de fevereiro, mas ainda não havia apresentado defesa. Procurada pela reportagem, a assessoria de Anitta disse que não poderia comentar o caso nesta sexta (30) devido à correria de lançamentos de música e clipe.
Além de Anitta, Constantino também processa outros famosos e veículos de comunicação, como o portal UOL, o jornal Correio Braziliense, a revista Fórum, Editora 247 e Diário do Centro do Mundo. Entre os famosos alvos do processo, estão o escritor Henry Bugalho, o ator Gregório Duvivier, o cantor Tico Santa Cruz, os jornalistas Vera Magalhães e Pedro Dória, e o ator Zé de Abreu.
Durante a transmissão, Constantino afirmou que, caso a própria filha sofresse um abuso em condições semelhantes às descritas pela influenciadora digital, ele não denunciaria o homem e a deixaria de castigo. "Eu vou dar esporro na minha filha, que alguma coisa ali ela errou feio. [...] E eu devo ter errado para ela agir assim", afirmou.
"Se minha filha chegar em casa, isola [ele bate na madeira]... Mas se a minha filha chegar em casa –e eu dou boa educação para que isso não aconteça, mas a gente nunca controla tudo–, se ela chegar em casa um dia dizendo: 'Pai, fui para uma festinha, ah, fui estuprada'. [Eu perguntaria]: 'Me dá as circunstâncias'. 'Ah, fui para uma festinha, eu e três amigas, tinha 18 homens, nós bebemos muito e eu estava ficando com dois caras, e eu acabei dormindo lá e eu fui abusada'", disse à época.
"Ela vai ficar de castigo feio e eu não vou denunciar um cara desses para a polícia", disse. "É um comportamento absolutamente condenável. Só que a gente não pode mais falar essas coisas hoje em dia. Que existe mulher decente também ou piranha. Porque eu acabei de falar que o homem que faz uma coisa dessas não é decente, mas não existe também a ideia de mulher decente? As feministas querem que não. Por quê? Porque feminista é tudo recalcada, ressentida e normalmente mocreia, vadia, odeia homem, odeia união estável, casamento... odeia tudo isso", afirmou.
À época, o nome de Constantino ficou em primeiro lugar nos trending topics (lista de assuntos mais comentados) do Brasil, e em 10º lugar no ranking mundial.
No comunicado em que foi anunciada a demissão, a Jovem Pan disse que preza a liberdade de expressão, mas "desaprova veementemente todo o conteúdo publicado nos canais pessoais e apresentado nessa live". "No caso de Mariana Ferrer, defendemos que a vítima não deve ser responsabilizada pelos atos de seu agressor, apesar do respeito que todos nós devemos ter às decisões judiciais", diz o texto.