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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A mulher de 37 anos suspeita de assassinar o filho, de 3 anos, nesta segunda-feira (10) na Bela Vista (centro da capital paulista), teria chorado ao ser informada pelo advogado Fabio Costa sobre a morte de Gael. Ela foi indiciada sob e suspeita de homicídio qualificado, por meio cruel, na madrugada desta terça-feira (11), pela Polícia Civil.
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O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) converteu a prisão em flagrante dela em preventiva, ou seja, por tempo indeterminado, por volta das 16h50 ainda desta terça.
O advogado disse ainda que Andréia "não assume a autoria do crime", acrescentando já ter solicitado segredo de Justiça ao caso, por envolver uma vítima de 3 anos. Ele também afirmou que iria pedir um exame de sanidade mental, além de também entrar com o pedido de liberdade provisória de sua cliente, ainda nesta terça.
O defensor se encontrou com Andreia quando ela estava na carceragem do 89º DP (Portal do Morumbi), pela manhã desta terça. "Ela está literalmente em choque, ainda. Quando me viu, a primeira coisa que ela fez foi dar 'graças a Deus' por eu estar ali e, em seguida, perguntou: 'você sabe do Gaelzinho?'. Tive que dar a notícia para ela, sobre o falecimento. Aí, ela desabou a chorar. Só consegui retomar minha conversa com ela depois de uns 40 minutos", afirmou o advogado ao Agora.
Ele disse que sua cliente teve "um surto psicótico", na manhã de segunda-feira, e que não se lembra de detalhes do que aconteceu no apartamento.
"Ela me disse se lembrar que estava deitada com as duas crianças da casa [Gael e a irmã dele, de 13 anos] e que foi ao banheiro, pois imaginou que estava com febre. Aí ela apaga e acorda com pessoas [policiais] tirando ela do banheiro. Ela apaga novamente, aí ela me relatou que lembra de muitos carros com luzes em cima, o que provavelmente são os carros da PM e do Samu no local. Ela apaga novamente e lembra que estava entrando em uma delegacia, mas ela não sabe precisar se é a 1ª DDM [Delegacia de Defesa da Mulher] ou no 89º DP", descreve o defensor sobre as reminiscências da suspeita.
O relato coincide com o que foi registrado pela Polícia Civil, sobre o fato de Andréia ter sido retirada do banheiro do apartamento por policiais militares, após a criança ser socorrida. A suspeita foi indicada pela 1º DDM e, após isso, encaminhada à carceragem do 89º DP (Portal do Morumbi).
Ainda segundo o advogado, a suspeita foi transferida da carceragem do 89º DP para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Franco da Rocha (Grande SP), na tarde desta terça.
A unidade contava com 725 detentas para 1.008 vagas, destoando da superlotação contumaz das unidades prisionais paulistas. Os dados são referentes desta segunda-feira (10), segundo a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária).
A pasta acrescentou que Andréia está sozinha em uma cela de inclusão na unidade, "cumprindo quarentena", tanto por causa de protocolos sanitários contra a Covid-19, "quanto pelo período de inclusão rotineiro de quando um preso da entrada em qualquer unidade do Estado, diz trecho de nota.
O caso Gael morreu após ser encontrado inconsciente nesta segunda-feira, no apartamento em que morava com a mãe. A criança chegou a ser levada a um hospital, mas já chegou sem vida. Andreia foi indiciada sob suspeita de homicídio, segundo a polícia.
Segundo registrado pela 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, Gael foi levado já sem vida ao pronto-socorro da Santa Casa. Socorristas tentaram reanimar o menino, desde o apartamento até a unidade de saúde, por mais de meia hora.
O corpo da criança apresentava marcas de agressões, segundo a polícia. Um anel da mãe foi apreendido.
Fotos e vídeos feitos pelo IML (Instituto Médico Legal), encaminhados à polícia, indicam marcas de agressão na região da testa do menino, compatíveis com o formato do anel apreendido. "Saliente-se que os elementos de prova colhidos no local dos fatos e no cadáver da vítima chamam a atenção pelo fato de indicarem possíveis maus tratos pelos quais a criança poderia vir sofrendo", diz trecho do boletim de ocorrência.
Após a criança ser levada ao hospital, a mãe do menino se trancou no banheiro do apartamento, onde teria ingerido produtos de limpeza, conforme registrado pela Polícia Civil. Por isso, antes de ser presa, ela foi levada ao pronto-socorro do hospital do Mandaqui. O laudo de atendimento da unidade de saúde afirma que, durante sua permanência no hospital, a mãe da vítima "não demonstrou afeto sobre a possível agressão ao filho".
Além disso, a mulher estava com marcas em ambos os braços, "que sugerem que seu filho, ao ser por ela agredido, tentou defender-se", diz documento da polícia, acrescentando que as duas mãos da suspeita estavam vermelhas e inchadas, "patenteando que as agressões partiram dela, sendo desferidas em direção principalmente à região da cabeça do seu filho, inclusive marcando-o com o anel por ela utilizado".
POLÍCIA
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que a mãe de Gael foi indiciada sob suspeita de assassinato do filho."A autoridade policial aguarda o resultado dos laudos periciais, que estão em elaboração, e trabalha para esclarecer todas as circunstâncias da morte da criança", diz trecho de nota.