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De acordo com a gestão Waldez Góes (PDT), a primeira morte, de uma menina de 7 meses, foi registrada no dia 28 de março, em Macapá. A criança não havia recebido vacina e começou a apresentar os primeiros sintomas da doença em 24 de fevereiro.
"Este caso foi fechado pelo município como sendo de sarampo, no entanto, para melhor averiguação e confirmação do caso, o Laboratório Central do Amapá (Lacen) realizou testes e também enviou amostras para a Fiocruz", diz o governo do Amapá, em comunicado. "Ambos resultados confirmaram a causa da morte da criança como sendo sarampo."
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Macapá afirmou que a menina não tomou a dose zero do imunizante "porque durante a varredura vacinal que ocorreu no bairro onde ela morava, a mesma ainda não tinha os seis meses completos, que é um pré-requisito para iniciar o seu esquema vacinal".
O outro registro confirmado é de uma criança indígena, de 4 meses, no município de Pedra Branca do Amapari, na região central do Estado. Ela também não recebeu a vacina por estar "fora da faixa etária", segundo o governo. Já sua irmã gêmea, que também morreu, tinha o caso sob investigação, mas a hipótese de sarampo foi descartada pela SVS-AP.
"Eram duas irmãs gêmeas, sendo que uma faleceu no dia 19 de abril e a outra no dia 1 de maio", afirma o governo Góes. "As duas mortes estavam sob investigação, e o resultado foi que apenas a menina que faleceu no dia 19 de abril teve confirmação de sarampo. A irmã dela deu positivo para dengue como causa da morte."
Ainda de acordo com a gestão estadual, essas amostras também foram encaminhadas para análise da Fiocruz. "Os exames feitos lá confirmaram os resultados daqui", declarou o coordenador de Doenças Transmissíveis da SVS-AP, João Farias, segundo nota.
A gestão diz ter um plano de ação em conjunto com os municípios para enfrentar o surto de sarampo. "O Governo do Estado do Amapá em parceria com a Organização Panamericana das Américas (OPAS) executou, no início deste ano, uma ação de varredura vacinal alcançando mais de 50 mil pessoas com mais de 100 equipes visitando casas em sete municípios amapaenses na região metropolitana e áreas de fronteira", diz o comunicado. "No entanto, a cobertura vacinal ainda é considerada baixa."
O Amapá voltou a registrar o primeiro caso de sarampo em outubro de 2019, após 22 anos sem registro da doença, e desde então vive um surto. Só entre janeiro e maio, já foram notificados 320 casos -- número superior aos 297 registros confirmados ao longo de todo o ano passado.
"O sarampo é uma doença infecciosa grave, transmitida quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas", explica a SVS-AP. "A única forma de prevenção é por meio da vacina tríplice viral, que, aplicada em duas doses, protege contra sarampo, rubéola e caxumba."
Na última terça-feira, 11, a taxa de vacinação para a primeira dose no Estado era de 10,85%, segundo informações do Datasus. Já para a segunda dose, estava em de 4,66%.
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