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Em mais um gesto de agrado do governo Bolsonaro à categoria das forças de segurança pública, a Caixa Econômica Federal deve financiar 100% do valor de imóveis para policiais e bombeiros em um programa de crédito imobiliário em gestação pelo governo, apurou o Estadão/Broadcast. A ação contará com subsídio do Ministério da Justiça, que permite a oferta de juros menores ou sem entrada. Outras pastas também estariam no debate para viabilizar linhas com a mesma estrutura financeira, de acordo com fontes, que concordaram em falar na condição de anonimato.
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A expectativa é que o anúncio da linha de crédito ocorra nas próximas semanas. No momento, o Ministério da Justiça conversa com o da Economia, chefiada por Paulo Guedes, sobre a estrutura financeira da operação. A Caixa, que responderá pela oferta do crédito, já estaria pronta para lançar a nova linha.
A proposta de financiamento diferenciado para as forças policiais é mais uma medida do governo para afagar a categoria que é uma das bases de apoio eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. Em 2019, por exemplo, os militares e forças policiais ficaram de fora da reforma da Previdência aprovada pelo Congresso, e foram beneficiados com regras mais vantajosas para a aposentadoria, entre elas a possibilidade de receber salário integral e poder se aposentar sem a exigência de uma idade mínima, além de pagar uma alíquota de contribuição menor (10,5%) ao INSS do que o teto da iniciativa privada (11,68%).
O presidente Bolsonaro também costuma comparecer com frequência à formatura de novas turmas de policiais e militares. O aceno às forças policiais é questionado por cientistas políticos e analistas, que veem nessas ações uma maneira de o presidente estabelecer contato direto com a base das forças armadas e das polícias, de modo a garantir apoio contra as pressões políticas.
A ideia do governo é utilizar recursos já administrados pelos ministérios como garantia para as operações de financiamento imobiliário, possibilitando, assim, a oferta de crédito a juros menores ou sem entrada. A pasta da Justiça teria sido a mais ágil. Assim, deve estrear a nova modalidade em mais uma ação do governo em prol dos agentes de segurança, uma de suas principais bases de apoio. "Se algum ministério realizar o subsídio, o banco consegue reduzir os juros ou a entrada", diz um interlocutor.
Do lado da Caixa, o programa deve ampliar uma nova estratégia do banco público de lançar linhas que financiam 100% do valor do imóvel. Pelas regras do Banco Central (BC), o limite das instituições financeiras é de até 90%. A garantia a ser dada pelos ministérios, porém, viabilizaria a oferta da linha subsidiada, com o benefício de não exigir o pagamento de entrada. Procurada, a Caixa não comentou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.