Christiane Pelajo se irrita e ameaça deixar jornal em vídeo vazado

As imagens, que retratam episódio ocorrido em 6 de abril de 2020, viralizaram nesta quarta-feira (23)

© Reprodução

Fama Barraco 23/06/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A jornalista Christiane Pelajo, 50, apresentadora da GloboNews, se irritou com sua equipe devido a um problema técnico e abandonou o estúdio do jornal. As imagens, que retratam episódio ocorrido em 6 de abril de 2020, viralizaram nesta quarta-feira (23).

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No vídeo Pelajo fica irritada com os colegas de trabalho, do telejornal Edição das 16h, em decorrência da falta de retorno de som durante o programa. "Gente do céu, é só aumentar o áudio. Dá pra fazer isso? Eu to em voo cego", diz ela no vídeo.

"Eu vou sair do estúdio, não tem condição de trabalhar assim. Ninguém fala nada comigo no ponto", continua. Em determinado momento do registro, ela diz que "está cada vez mais impossível trabalhar nesse lugar achei que ontem fosse o ápice."

"Eu vou sair daqui, não vou ficar pagando mico, não. Não tem áudio! Alguém está tentando consertar isso?", finalizou a apresentadora. No programa do dia, quem assumiu a apresentação foi a jornalista Leila Sterenberg, ficando no comando do telejornal até às 17h, quando Pelajo retornou.

Em nota, a Globonews disse que o episódio foi superado. "Falhas técnicas na Globo são raras, mas acontecem. Algumas mais graves, raríssimas. Estas expõem e constrangem os talentos de vídeo, sobretudo os que estão ao vivo. Foi o que aconteceu então. Apesar do constrangimento, Christiane Pelajo se desculpou à época com os colegas pelo excesso de sua reação. E o episódio foi superado."

No Twitter internautas comentaram a reação da comunicadora. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, 36, escreveu: "Cada dia há mais provas de que o clima está horrível na Globo Lixo. O desespero é grande, a blogueira Christiane Pelajo confessa: 'não tem condição, está cada vez mais impossível trabalhar neste lugar'."

A família Bolsonaro faz ataques sistemáticos ao jornalismo profissional, especialmente à mídia independente como a Folha e a Globo. O episódio mais recente, envolvendo o próprio presidente, aconteceu na segunda (21), em Guaratinguetá, interior de São Paulo, quando Bolsonaro reagiu com agressividade a perguntas feitas a ele.

Antes de interromper abruptamente uma rápida entrevista, o presidente mandou uma repórter e integrantes da sua própria equipe calarem a boca, tirou a máscara, reclamou da CNN Brasil e fez ataques à TV Globo.

Bolsonaro se irritou inicialmente após ser lembrado que havia sido multado pelo Governo de São Paulo por não ter usado máscara de proteção durante uma motociata no último dia 12.

Após citar a utilização de capacete como justificativa naquele caso, foi questionado por chegar ao evento em Guaratinguetá sem máscara e respondeu: "Eu chego como quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida. Se você não quiser usar máscara, você não usa".

A irritação do presidente ocorre num momento de pressão por uma sequência de fatos negativos ao governo.

Além das críticas diante da marca de 500 mil mortes pela Covid e dos protestos que ganharam corpo nas ruas no sábado (19), Bolsonaro teve queda de popularidade nos últimos meses, enfrenta desgaste com a CPI da pandemia no Senado e viu seu principal rival potencial para 2022, o ex-presidente Lula, ganhar projeção.

No último sábado, o Jornal Nacional exibiu um editorial sobre a marca de 500 mil mortes por Covid. Em tom crítico ao governo, ainda que sem citar o presidente, o âncora William Bonner afirmou que "foram muitos –e muito graves– os erros cometidos".

Nos ataques à Globo em Guarantiguetá, Bolsonaro disse: "Essa Globo é uma merda de imprensa. Vocês são uma porcaria de imprensa. Cala a boca, vocês são uns canalhas. Vocês fazem um jornalismo canalha, canalha, que não ajuda em nada. Vocês não ajudam em nada. Vocês destroem a família brasileira, destroem a religião brasileira. Vocês não prestam."

Em nota sobre o episódio, a Globo e sua afiliada repudiaram o tratamento dado pelo presidente à repórter Laurene Santos. "Não será com gritos nem intolerância que o presidente impedirá ou inibirá o trabalho da imprensa no Brasil. Esta, ao contrário dele, seguirá cumprindo o seu papel com serenidade", diz o comunicado, ao prestar solidariedade à jornalista.

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