Criança brasileira está entre os desaparecidos em desabamento de prédio em Miami

A mãe do garoto, Raquel Oliveira, estava visitando familiares em outra cidade no Colorado no momento do colapso

© Getty Images

Mundo Desabamento 25/06/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma criança brasileira de cinco anos e seu pai, o italiano Alfredo Leone, estão entre os desaparecidos no desabamento parcial de um condomínio à beira-mar em Miami. A mãe do garoto, Raquel Oliveira, estava visitando familiares em outra cidade no Colorado no momento do colapso.

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Em seu perfil no Facebook, ela diz que o marido e o filho estavam dormindo quando o prédio desabou e que aguarda notícias deles.

"Nesse momento não há nada que possamos fazer além de esperar. Sei que todos querem saber notícias com muita aflição, mas não consigo responder a todos e estou ficando cada vez mais ansiosa com tanta informação e perguntas. Eu não tenho respostas", escreveu.

"Obrigada por tudo que cada um está fazendo, me sinto muito apoiada. Nesse momento realmente não preciso de nada, só saber deles. Toda a minha vida estava naquele apartamento", completou.

Nesta sexta (25), o número de mortos subiu para quatro, e mais de 150 pessoas ainda estão desaparecidas enquanto equipes de resgate vasculham toneladas de escombros, com cães treinados e sonares, em busca de sobreviventes.

As equipes de busca detectaram sons de batidas e outros ruídos, mas nenhuma voz vinda da pilha de destroços horas depois que uma grande parte do condomínio Champlain Towers South na cidade de Surfside, ao norte de Miami Beach, desmoronou.

Imagens capturadas por uma câmera de segurança nas proximidades mostraram um lado inteiro do prédio desmoronando em duas seções, uma após a outra, levantando nuvens de poeira por volta de 1h30 (2h30, no horário de Brasília) na quinta-feira.

O que fez com que o prédio de 40 anos desabasse em segundos ainda é um mistério. As autoridades locais disseram que a torre de 12 andares passava por obras em alguns setores.

Ainda não está claro quantas pessoas moravam no prédio nem quantas estavam nele no momento do acidente. Alguns moradores conseguiram sair sozinhos pelas escadas, enquanto outros tiveram de ser resgatados pela varanda. Segundo os registros públicos, o prédio foi construído em 1981 e tinha 130 unidades –cerca de 80 delas estavam ocupadas e 55 foram atingidas.

Segundo a prefeita, 159 pessoas permanecem desaparecidas desde o colapso do prédio. Outras 120 pessoas cujo paradeiro era inicialmente desconhecido foram localizadas e declaradas seguras, disse Levine Cava.

Ela afirmou que as equipes de resgate "continuarão procurando porque ainda temos esperança de encontrar pessoas vivas". Desde a manhã de quinta-feira, no entanto, quando uma mulher e seu filho foram resgatados dos escombros, nenhum sobrevivente foi encontrado.

O local vinha passando por inspeções recentemente devido ao processo de recertificação e à construção de um outro edifício nas proximidades. Kenneth Direktor, advogado que representa a associação dos moradores do edifício, disse que a torre passaria por grandes reparos em pontos onde foram identificados aço enferrujado e concreto danificado.

Segundo Direktor, no entanto, não havia nada que sugerisse que o desmoronamento tivesse algo a ver com os problemas identificados na inspeção feita por engenheiros. O advogado diz que qualquer edifício à beira-mar com a mesma idade que o Champlain Towers South teria algum nível de corrosão e deterioração do concreto devido à exposição aos sais do oceano que podem penetrar nas estruturas e começar a enferrujar os componentes de aço.

No centro comunitário de Surfside, próximo do local do desabamento, famíliares das vítimas já identificadas e de pessoas desaparecidas passaram a noite em busca de informações.

Segundo o jornal Miami Herald, o advogado Brad Sohn, que representa um grupo de proprietários de apartamentos no edifício, moveu uma ação judicial contra a administração do condomínio alegando que houve falhas na proteção de vidas e propriedades.

"Como advogado, não posso consertar o que é irreparável", disse Sohn, "Mas o que posso fazer é lutar para compensar imediatamente essas vítimas, de modo que possam concentrar todas as suas energias na cura da melhor maneira possível. Nossa investigação continua, mas acreditamos fortemente que isso poderia ter sido evitado."

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