Partido Novo, de João Amoêdo, decide apoiar impeachment de Bolsonaro

Após ser um dos partidos mais fiéis ao presidente, no início do ano, o Novo declarou que iria fazer oposição ao governo Bolsonaro, mas de forma independente na Câmara dos Deputados, sem se aliar ao bloco de oposição em si

© REUTERS

Política Impeachment 06/07/21 POR Estadao Conteudo

O Novo decidiu formalizar o apoio da legenda à abertura de processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Em nota divulgada nesta segunda-feira, 5, o partido diz que tomou a decisão "após detalhada análise técnica, consultas a juristas, discussões e ampla reflexão sobre os fatos apresentados e consolidados pela CPI da Pandemia", e que chegou à conclusão que Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade.

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Segundo o posicionamento da sigla, a pandemia de covid-19 "escancarou a incapacidade" de Bolsonaro liderar a nação. "Todos os países viveram momentos trágicos. Porém, no nosso País, a crise foi agravada pelo descaso, omissão, incompetência e, possivelmente, corrupção do governo federal", afirma a legenda.

O partido diz apoiar "principalmente" o pedido de impeachment protocolado na semana passada pelo movimento Vem Pra Rua - feito antes do chamado "superpedido", apresentado na última quarta-feira, 30, unindo mais de 100 pedidos que já foram encaminhados à presidência da Câmara. O Novo também afirma que tem se mantido distante das manifestações de rua contra Bolsonaro.

Além do combate ao vírus, a sigla alega que há "fortes indícios" de prevaricação no suposto esquema de corrupção na compra do imunizante Covaxin. Ao citar os depoimentos do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão Luis Ricardo, servidor do Ministério da Saúde, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o Novo defende a investigação dos contratos. Na nota, o partido também pontua a falta de posicionamento oficial do chefe do Executivo sobre as denúncias e a manutenção do deputado Ricardo Barros (PP-PR) como líder do governo na Câmara.

De acordo com o Novo, interferências de Bolsonaro na Polícia Federal, Ministério da Justiça e na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) configuram crimes de responsabilidade. "O presidente notoriamente atua contra instituições do Estado de Direito, participa com frequência de manifestações antidemocráticas, tenta a todo custo descredibilizar o processo eleitoral - até mesmo as eleições de 2018, quando foi eleito para o atual mandato presidencial", diz a sigla. Para a legenda, as ações de Bolsonaro criam polêmicas com outros Poderes e prejudicam relações institucionais e comerciais com outros países.

Após ser um dos partidos mais fiéis ao presidente, no início do ano, o Novo declarou que iria fazer oposição ao governo Bolsonaro, mas de forma independente na Câmara dos Deputados, sem se aliar ao bloco de oposição em si. À época, o Novo informou que o governo federal abandonou pautas fundamentais, como "reformas essenciais para o cidadão e para o retorno ao crescimento sustentável do país".

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