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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O papa Francisco, 84 anos, foi submetido a uma cirurgia no último dia 4 para tratar uma estenose diverticular, ocasionada após um quadro de diverticulite.
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A doença que acometeu o pontífice não é tão comum como se imagina, mas ocorre em pessoas com idade mais avançada, como é o caso do religioso. Segundo o Vaticano, ele passa bem após a cirurgia.
A estenose diverticular é um estreitamento do intestino. Isso ocorre quando os divertículos, espécie de pequenas bolsas, cicatrizam após um quadro de diverticulite (inflamação ou infecção dessas bolsas).
"Os divertículos são como se fossem pequenas falhas na parede do intestino, que podem inflamar, e isso é a chamada diverticulite. Quando a pessoa tem uma diverticulite, o que pode acontecer depois é formar uma cicatriz. Aí o intestino fica mais estreito, causando a estenose, o que deve ter ocorrido com o papa Francisco", explica Natan Chehter, geriatra membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Os principais sintomas da estenose diverticular são constipação (intestino preso), dor abdominal, sangue nas fezes e febre. "Não é uma doença muito comum, mas no caso do papa, deve ter causado algum tipo de transtorno", diz Chehter.
De acordo com o Vaticano, o papa foi submetido a uma hemicolectomia, em cirurgia que durou aproximadamente três horas. Neste procedimento, é retirada uma pequena parte do intestino. A cirurgia já estava programada.
"Dependendo da localização, faz a cirurgia para tirar esse pedaço que está estreito e une as partes que estão sadias. Pode ser feita por vídeo ou por uma cirurgia aberta", explica o geriatra.
A cirurgia ocorre em menor proporção. O tratamento mais comum é com o uso de antibióticos. O paciente pode até ficar internado para receber a medicação.
Um quadro de estenose diverticular pode trazer consequências mais graves se o intestino for perfurado, liberando fezes para a cavidade abdominal, causando uma infecção generalizada que pode levar o paciente à morte.
Hábitos de vida não muito saudáveis aumentam as chances de a pessoa sofrer com uma diverticulite. E pode levar a quadros mais graves da doença.
"Tabagismo e obesidade são fatores que podem piorar o hábito intestinal da pessoa e favorecer a formação dos divertículos. É preciso evitar a diverticulite para não ter uma consequência a longo prazo", diz o geriatra Natan Chehter.
Para evitar transtornos mais graves causados pela diverticulite, o médico recomenda ao paciente ter hábitos intestinais saudáveis, como não ficar longos períodos com constipação, tentar minimizar a dificuldade que a pessoa tem para ir ao banheiro.
Frutas sem sementes, vegetais, cereais e pão integral são alimentos que ajudam a prevenir as inflamações dos divertículos. Também é fundamental beber bastante água ao longo do dia.
"O consumo de água e fibras é interessante, melhora a consistência das fezes", diz o geriatra.
Já com bolos e bolachas, ricos em amido, ocorre o contrário. O melhor é ter moderação.