Cientistas manifestam 'extrema preocupação' com flexibilizações em SP

A discordância ocorreu com a decisão de Doria de pôr fim a todas as restrições de horário e ocupação ao comércio e serviços em São Paulo a partir desta terça (17)

© Patricia Monteiro/Bloomberg via Getty Images

Brasil Covid-19 17/08/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Sociedade Paulista de Infectologia (SPI) critica a flexibilização de medidas restritivas contra o coronavírus anunciada pelo Governo de SP. "Entendemos que a abertura deveria ser mais gradual e lenta, face aos riscos representados pela variante delta do novo coronavírus que causa a Covid-19", afirma a entidade em nota.

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"Essa variante é duas vezes mais transmissível, e uma pessoa infectada expele até mil vezes mais vírus que aquela com Covid-19 causada por outra linhagem do coronavírus. Países com altas taxas vacinais, como Israel e os Estados Unidos, têm passado por aumento de casos e de mortes, embora essas últimas se mostrem menos frequentes em pessoas vacinadas. O que dizer do Brasil, onde a população adulta vacinada ainda é inferior ao desejável?", segue a SPI.

"Nós, médicos infectologistas envolvidos na linha de frente assistencial, em apoio a políticas públicas e na pesquisa voltada à prevenção, controle e manejo clínico da COVID-19, manifestamos nossa extrema preocupação com as recentes medidas de flexibilização de atividades comerciais não essenciais e de entretenimento no Estado de São Paulo."

O governador João Doria (PSDB) anunciou a dissolução do Centro de Contingência do coronavírus após manter as medidas de flexibilização no estado mesmo sem consenso entre os especialistas do grupo.

Formado em março do ano passado, no início da pandemia, o grupo com 21 integrantes foi avisado na última sexta (13) sobre a reformulação. A partir de agora, o comitê passará a ter apenas 7 membros.

A mudança não pegou os especialistas de surpresa, já que, desde o fim do ano passado, muitas das decisões do governador não seguiam as recomendações e avaliações feitas pelo grupo sobre o quadro epidemiológico no estado.

A discordância, inclusive, ocorreu com a decisão de Doria de pôr fim a todas as restrições de horário e ocupação ao comércio e serviços em São Paulo a partir desta terça (17).LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA SPI ABAIXO:

"Nós, médicos infectologistas envolvidos na linha de frente assistencial, em apoio a políticas públicas e na pesquisa voltada à prevenção, controle e manejo clínico da COVID-19, manifestamos nossa extrema preocupação com as recentes medidas de flexibilização de atividades comerciais não essenciais e de entretenimento no Estado de São Paulo.

Compreendemos as necessidades econômicas e sociais de nossa população, manifestamos nossa contínua solidariedade àqueles que tiveram suas vidas e seus empregos destroçados pela pandemia. No entanto, entendemos que a abertura deveria ser mais gradual e lenta, face aos riscos representados pela variante delta do novo coronavírus que causa a COVID-19.

Resumidamente, essa variante é duas vezes mais transmissível, e uma pessoa infectada expele até mil vezes mais vírus que aquela com COVID-19 causada por outra linhagem do coronavírus. Países com altas taxas vacinais, como Israel e os Estados Unidos, têm passado por aumento de casos e de mortes, embora essas últimas se mostrem menos frequentes em pessoas vacinadas. O que dizer do Brasil, onde a população adulta vacinada ainda é inferior ao desejável? No Estado de São Paulo, após esforços governamentais (de grande mérito) conseguiu-se imunizar a população adulta com a primeira dose. Porém, esta se mostra insuficiente para proteção contra a variante delta. Na verdade, mesmo a vacinação completa oferece proteção um pouco menor contra essa variante, quando comparada às demais cepas do coronavírus.

A diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI) reitera a necessidade de manter o distanciamento social, evitar aglomerações, manter as áreas arejadas e utilizar rigorosamente máscaras em todos os ambientes coletivos, além de higienizar as mãos após qualquer contato com outras pessoas ou com superfícies. Se relaxarmos esses comportamentos protetores, corremos o risco de nova onda da COVID-19, com aumento significativo de casos e internações, sobrecarregando mais uma vez nossos serviços de saúde.

A proteção contra COVID-19 é um ato de cidadania, com impactos coletivos. Cada um de nós é responsável pela saúde dos demais. Que continuemos a nos cuidar, para em um futuro breve vencermos a pandemia. "

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