Biden e Xi se falam e destacam responsabilidade 'para competição não virar conflito'

O democrata sublinhou o interesse contínuo de Washington em "paz, estabilidade e prosperidade da [região] Indo-Pacífica e do mundo".

© Getty Images

Mundo EUA-CHINA 10/09/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após quase sete meses sem se falar diretamente, o presidente dos EUA, Joe Biden, e o dirigente da China, Xi Jinping, conversaram por telefone nesta quinta-feira (9), focando desta vez o ambiente competitivo entre as duas potências globais, que travam uma espécie de Guerra Fria 2.0.

PUB

Sem entrar em detalhes, a Casa Branca afirmou em comunicado que os líderes discutiram a responsabilidade "em garantir que a competição não se desvie para um conflito". De sua parte, o democrata sublinhou ainda o interesse contínuo de Washington em "paz, estabilidade e prosperidade da [região] Indo-Pacífica e do mundo".

Xi, por sua vez, destacou que a política americana com relação a Pequim impõe grandes dificuldades às relações entre os dois países, mas disse que os dois lados se comprometeram em manter contato contínuo por diferentes meios.

Tanto Pequim como Washington classificaram o diálogo entre os líderes como uma conversa "ampla e estratégica", após meses de rusgas entre as duas potências.

Desde que tomou posse, Biden só falou diretamente com Xi uma vez, em fevereiro, quando o americano tocou em pontos de divergência com Pequim, como "as práticas econômicas coercitivas e injustas de Pequim, a repressão em Hong Kong, os abusos de direitos humanos em Xinjiang e as ações cada vez mais assertivas na região, inclusive em relação a Taiwan", segundo comunicado da Casa Branca divulgado na época.

O dirigente chinês respondeu que esses assuntos eram questões de "soberania e integridade territorial". Xi alertou na ocasião que confrontos entre os dois países seriam um "desastre" e que os dois lados deveriam restabelecer os meios de evitar julgamentos equivocados, de acordo com o relato da conversa feito pelo Ministério das Relações Exteriores da China.

Desde então, o presidente americano tem adotado uma postura dura com Pequim. Com ataques menos incisivos se comparados ao de seu antecessor, Donald Trump, Biden mantém as suspeitas sobre a origem do coronavírus -há um mês, por exemplo, afirmou que a China esconde informações essenciais em relação ao tema.

O democrata tem tentado também obter apoio de aliados e obteve, em um encontro em junho do G7 -as sete democracias mais ricas do mundo- um duro comunicado sobre a China. A potência asiática, aliás, foi quase onipresente nos debates entre EUA, Reino Unido, Japão, Alemanha, França, Itália, Canadá e União Europeia.

O país também foi lembrado pelo americano em pronunciamento sobre a retirada das tropas do Afeganistão, no fim de agosto. "O mundo está mudando. Estamos engajados em uma séria competição com a China. Estamos lidando com desafios com a Rússia. A principal missão de um presidente não é proteger a América das ameaças de 2001, mas das ameaças de 2021 e de amanhã."

A China, por outro lado, já acusou os EUA de "demonizarem" o país, durante a visita da secretária-assistente de Estado americana, Wendy Sherman, no fim de julho -quando ela se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, e seu vice, Xie Feng.

Segundo comunicado divulgado pela chancelaria, Xie disse a Sherman na ocasião que os EUA querem "reacender o senso de propósito nacional colocando a China como um inimigo imaginário" e mobilizam seu governo para sufocar Pequim.

"A esperança pode ser que, ao demonizarem a China, os Estados Unidos poderão de alguma maneira [...] culpar a China por seus próprios problemas estruturais", afirmou, de acordo com o comunicado, acrescentando que a relação bilateral se encontrava "estagnada e enfrenta sérias dificuldades".

Ainda assim, reuniões entre autoridades de alto escalão de ambos os lados ocorreram nesse meio-tempo. Além da visita de Sherman, o enviado americano para o Clima, John Kerry, esteve na China recentemente, onde se encontrou com seu par chinês, Xie Zhenhua, para discutir a cooperação entre os dois países na questão climática.

Nessa visita, Kerry realizou reunião por videochamada com o chanceler chinês, que alertou os EUA que as tensões políticas entre os países poderiam enfraquecer esforços de cooperação na luta contra as mudanças climáticas.

O tema, aliás, fez parte da conversa entre os dois líderes nesta quinta. Segundo a mídia estatal chinesa, Xi reafirmou seu compromisso em continuar cooperando nesse sentido.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Polícia Federal Há 19 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

fama Harry e Meghan Markle Há 11 Horas

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

fama MAIDÊ-MAHL Há 19 Horas

Polícia encerra inquérito sobre Maidê Mahl; atriz continua internada

justica Itaúna Há 19 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

economia Carrefour Há 17 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

economia LEILÃO-RECEITA Há 17 Horas

Leilão da Receita tem iPhones 14 Pro Max por R$ 800 e lote com R$ 2 milhões em relógios

brasil São Paulo Há 19 Horas

Menina de 6 anos é atropelada e arrastada por carro em SP; condutor fugiu

fama LUAN-SANTANA Há 19 Horas

Luan Santana e Jade Magalhães revelam nome da filha e planejam casamento

politica Investigação Há 11 Horas

Bolsonaro liderou, e Braga Netto foi principal arquiteto do golpe, diz PF

mundo País de Gales Há 18 Horas

Jovem milionário mata o melhor amigo em ataque planejado no Reino Unido