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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A prefeitura de São Paulo começou, nesta quarta-feira (15), a vacinar com Pfizer os idosos acima de 85 anos que haviam recebido anteriormente duas doses de Coronavac. O grupo havia sido imunizado há pelo menos seis meses.
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Mesmo com um tempo nublado, com alguns momentos de chuva durante o dia, os idosos não se intimidaram e buscaram pelo reforço contra a Covid-19. Entre às 7h e 15h cerca de 50 pessoas procuraram a UBS (Unidade Básica de Saúde) Mooca I, na zona leste, para se imunizar com a dose extra.
Entre aqueles que se vacinaram no posto estava o aposentado Nelson Domingues dos Santos, 87 anos, que comemorou a vacina da Pfizer já que, em seu entendimento, com ela, poderá voltar a passear, uma vez que o imunizante é validado em alguns países europeus.
"Vou poder viajar. Estou louco para poder viajar. Já faz mais de um ano que não viajo. Vou poder ver os amigos". Segundo ele, seu primeiro destino será a Itália. "Se der vou para Milão. Visitar o famoso Coliseu. Já era para ter conhecido se não fosse essa porcaria [vírus]."
Quem também buscou pela vacina na UBS Mooca I foi a aposentada Thereza Mirotti, 91, que estava acompanhada pela filha, a dona de casa Ivany Pillegi, 69. Após a mãe ser vacinada, a mulher conversou com a reportagem, no que se mostrou aliviada pelo reforço e pela vacina disponibilizada pela prefeitura.
"Nunca confiei na Coronavac. Não fazia minha cabeça, mas não tinha outra. Fico mais tranquila [com a Pfizer]", disse. O imunizante, assim como os demais em uso no Brasil contra o coronavírus, é capaz, conforme testes realizados e estudos documentados, de reduzir o risco de desenvolver quadros graves da doença, mas não elimina completamente a possibilidade de contágio.
A noite já chegava quando, por volta das 18h, pai e filho entraram de mãos dadas na UBS Santa Cecília (região central de SP). Eram o aposentado Luiz Giansanti, 88, e seu filho, o advogado Cláudio Giansanti, 48. A dupla se mostrou feliz com o reforço na imunização, no que afirmaram não se importar se fosse Coronavac ou Pfizer a fabricante.
"Missão cumprida. Estarei mais imunizado. Se não tivesse outra tomaria sem problemas [Coronavac]". O idoso ainda explicou que vai continuar a se precaver mesmo com o reforço. "Os cuidados têm que continuar. Distância e uso de máscara". O advogado apontou que se sente aliviado com as três doses ministradas em seu pai, mas que não se pode brincar com a doença. "É um alívio, uma sensação de alívio, mas que não dá para extravasar, sair sem máscara ou aglomeração".
Além dos idosos, os postos também estão aplicando Pfizer como alternativa para pessoas que tomaram a primeira dose da vacina AstraZeneca, que segue em falta. O garçom Antônio Honorato de Souza, 51, é uma dessas pessoas que tomaram a vacina da Fiocruz em junho e que agora estão sendo imunizadas na chamada "intercambialidade", que é a miscigenação dos imunizantes.
Após ser imunizado com Pfizer na UBS Santa Cecília, ele conversou com a reportagem, e preferiu não responsabilizar nem governo federal e nem governo estadual pela falta do imunizante nas prateleiras paulistas. "Eu não sei de quem é a culpa. Eu estou satisfeito. O importante é tomar para evitar o corona", disse.
A reportagem questionou a Secretaria Municipal da Saúde sobre se o uso da vacina Pfizer para idosos será uma prática ou somente será usada quando em estoque e se o uso de Coronavac para idosos ainda vai seguir. A pasta não havia se pronunciado até a publicação do texto.