Dirigido por Márcio Garcia, 'Reação em Cadeia' mostra poder da corrupção

Para a estreia no cinema, Gissoni e Garcia dizem estar felizes com o resultado. "Fazemos o filme para ele ser visto", pontua o diretor

© Divulgação

Cultura CINE-LANÇA 16/09/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O poder das escolhas e o impacto da corrupção no Brasil são os temas centrais do longa-metragem de ação "Reação em Cadeia". O terceiro filme dirigido pelo ator e apresentador Márcio Garcia, 51, chega às telonas do cinema nesta quinta-feira (16) e entrará na plataforma de streaming Amazon Prime Video.

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O filme conta a história de Guilherme (Bruno Gissoni), um auditor que fez sempre a escolha certa. Um dia, ele se vê prestes a perder seu casamento e preso a um esquema de corrupção política, quando encontra Lara (Monique Alfradique), seu grande amor da adolescência, que o envolve em problemas ainda mais perigosos ao lado de seu atual namorado, Zulu (André Bankoff).

Garcia diz que seu longa-metragem teve muita inspiração em um curta de ação, em sua primeira atuação como diretor, chamado "Predileção". O filme de 17 minutos foi lançado em 2009 e teve 20 indicações em festivais internacionais. "Foi no final da novela 'Caminho das Índias' [Globo]", relembra, "escrevi em dois dias o roteiro".

Ao lado de Thiago Dottori, ele buscou inspiração em "Predileção" e suas experiências com o curta, mas também estudou roteiristas como Oliver Stone ("Wall Street - Poder e Cobiça") e Justin Lin ("Velozes e Furiosos") para a construção da trama. "Queríamos ação, romance e uma pitada de comédia", completa. "A pegada da história é diferente dos filmes de ação que estamos acostumados a ver."

"O primeiro filme que eu fiz nas condições normais do cinema, com tempo, na minha língua e no meu país foi o 'Reação em Cadeia'. Apesar de ser um filme de ação foi muito confortável", completa Garcia. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele explica que começou sua carreira no cinema em um filme de ação e gostaria de retornar ao estilo assim que fosse possível.

"Sempre quis estar em um filme de ação", completa Gissoni, 34. O artista diz que interpretar um personagem diferente de si foi um desafio bom para o tirar "do eixo". Ele ainda comenta que o filme entrega a ousadia do diretor e mostra a superação na produção, apesar do baixo orçamento que tiveram "comparado aos filmes de ação de fora".

A produção do filme precisou ser adaptada para os recursos que tinham disponíveis. "A mecânica que eles tem lá [em filmes produzidos no exterior] é muito grande, eles realmente capotam carros de verdade, aqui fizemos em computação gráfica", explica Garcia, "um filme de ação pelo orçamento que fizemos, as pessoas me chamam de mentiroso".

Para Gissoni, a produção artística brasileira tem uma marca registrada, apesar de enfrentar dificuldades para crescer. "Não quero romantizar a situação artística brasileira, mas toda essa dificuldade que o artista tem para produzir no Brasil acaba se transformando em combustível para uma arte diferente."

Gissoni diz que as gravações foram intensas, durando cerca de três meses, e que o lançamento foi adiado algumas vezes devido à pandemia. "Quando eu já estava apegado ao Guilherme as gravações acabaram", brinca. Garcia relembra que o longa foi gravado em 2018, e "entramos em pós-produção na pandemia, com a esperança de que não durasse muito", disse, "mas o filme ficou pronto e nós assistimos em casa".

Para o protagonista, o próprio tema do filme ajudou a possibilidade dele ser lançado mais tardiamente. "O mais legal do filme é que é atemporal, porque esse tema [corrupção] hoje no Brasil é atemporal". Garcia complementa ao dizer que é "um tema que está latente", afirma, "essa polarização política fez com que todo mundo desenvolvesse a questão que até então pouco se falava de política".

"Simplesmente mostramos no filme que a corrupção é sistêmica, ela está em todos os setores e níveis", continua o diretor. A mensagem que o filme pretende passar resume em "tudo o que temos na vida são escolhas", ao exibir o protagonista tentando não se tornar corrupto e mesmo assim manter a segurança de sua filha.

Para a estreia no cinema, Gissoni e Garcia dizem estar felizes com o resultado. "Fazemos o filme para ele ser visto", pontua o diretor.

O longa-metragem estará disponível no streaming da Amazon, no entanto, ainda sem data específica de estreia. O elenco conta com nomes como Adriano Garib, Silvio Matos, Juliana Knust, Victor Lamoglia, Chico Melo e Junior Lisboa Calheiros. A produção é Márcio Garcia, Alexandre Ganime e Irina Neves e a supervisão do roteiro foi realizada por Bráulio Mantovani.

'REAÇÃO EM CADEIA'Quando 16/09Onde CinemasAutor Márcio Garcia e Thiago DottoriElenco Monique Alfradique, Bruno Gissoni, André Bankoff, Adriano Garib, Silvio Matos, Juliana Knust, Victor Lamoglia, Chico Melo e Junior Lisboa Calheiros.Produção MGP Filmes | FSA | Warner BrosDireção Márcio GarciaDuração 96 minutosAno de produção 2018

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