© Shutterstock
Conforme explica um artigo publicado pela BBC News, duas semanas depois de receber a segunda dose da vacina contra o novo coronavírus, os efeitos protetores do imunizante estão no auge e o indivíduo encontra-se totalmente vacinado.
PUB
No entanto, ainda assim é possível contrair Covid-19. Nesses casos as pessoas sofrem, aquilo que foi denominado em inglês como, uma infeção 'breakthrough' - ou seja, quando alguém é infectado mesmo tendo tomado a vacina contra uma doença.
Segundo a pesquisa Covid Symptom Study, citada pela BBC, os cinco principais sintomas de uma infeção 'breakthrough' incluem dor de cabeça, coriza, espirros, dor de garganta e perda do olfato e de paladar (anosmia).
O impacto da Covid-19 após a vacinação tem sido descrito por muitos como algo semelhante a uma constipação.
Os especialistas destacam a importância da vacinação apesar de ainda permanecer o risco de infecção, visto que pessoas vacinadas apresentam uma menor probabilidade de serem hospitalizadas, comparativamente a indivíduos não inoculados. Além de estarem menos propensos a terem sintomas severos durante os estágios iniciais da patologia e correrem um risco inferior de sofrerem de Covid persistente.
Quem está em risco?
Estudos conduzidos no Reino Unido apuraram que 0,2% da população, isto é uma pessoa em cada 500, sofre uma infeção 'breakthrough' depois de totalmente vacinada. Sendo que, de acordo com a BBC News, quatro fatores em específico aumentam o risco de indivíduos totalmente inoculados contraírem a Covid-19:
1. Tipo de vacina
Múltiplos ensaios clínicos detectaram que a vacina da Moderna reduz o risco de desenvolver Covid-19 sintomático em 94%, enquanto a vacina Pfizer atenua esse risco em 95%.
As vacinas Johnson & Johnson e da AstraZeneca tiveram pior desempenho, diminuindo essa probabilidade entre aproximadamente 66% e 70%, respectivamente (embora a proteção oferecida pela vacina AstraZeneca parecesse aumentar para 81% se fosse deixado um intervalo mais longo entre as doses).
2. Tempo desde a vacinação
Pesquisas iniciais, ainda em pré-publicação (isto é, que ainda não revistas por outros cientistas), indicam que a proteção da vacina Pfizer diminui ao longo dos seis meses após a toma. Outro estudo pré-publicado em Israel sugere o mesmo.
Segundo os especialistas, ainda é muito cedo para saber qual é a eficácia da vacina depois de seis meses da segunda dose, mas é provável que desça ainda mais.
3. Variantes
Outro fator importante é a variante, salienta a BBC. Ao enfrentar a variante alfa, os dados da Public Health England sugerem que duas doses da vacina Pfizer oferecem pouco menos proteção, diminuindo o risco de sintomas de Covid-19 em 93%. Já contra a Delta, o nível de proteção reduz ainda mais, para 88%. A vacina AstraZeneca também é afetada.
O estudo Covid Symptom Study aponta que em duas a quatro semanas após receber a segunda dose da Pfizer, a pessoa tem cerca de 87% menos probabilidade de ter sintomas de Covid-19 ao ser infetada pela variante Delta. Entretanto, após quatro a cinco meses, esse número desce para 77%.
4. O sistema imunológico de cada um
O próprio risco de cada um dependerá dos seus próprios níveis de imunidade e de outros fatores específicos, como o grau de exposição ao vírus.
Regra geral, a imunidade diminui com a idade. Idosos ou pessoas com o sistema imunológico comprometido, que sofrem de comorbidades prévias como por exemplo câncer, diabetes ou doença renal, podem, como tal, apresentar índices menores de proteção.
Além disso, pessoas mais vulneráveis clinicamente foram vacinadas primeiro, muitas há mais de oito meses, o que consequentemente pode aumentar o risco de sofrer uma infeção 'breakthrough' decorrente da perda de proteção.