© DEM oficializa candidatura de ACM Neto à reeleição em Salvador
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A executiva nacional do DEM decidiu nesta terça-feira (21) dar seguimento à fusão do partido com o PSL, num primeiro passo para formalizar o processo.A união das siglas ainda precisa ser referendada em convenção nacional. A expectativa é que o encontro ocorra entre os dias 5 e 21 de outubro.
PUB
A decisão desta terça autoriza a convocação da convenção e foi tomada em votação por 40 a 0 pelos integrantes da executiva do DEM que estavam presentes. A direção tem 53 membros no total.
O PSL deve reunir a própria executiva para deliberar o assunto ainda nesta semana.
Segundo integrantes da cúpula do DEM, cerca de 80% dos estados estão com a estrutura resolvida em conjunto com o PSL. Ainda há, porém, impasse em alguns diretórios, como Acre, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro.
"Este foi o primeiro passo na direção de formalizar o processo de criação de um novo partido cuja base fundamental está na fusão do Democratas com o PSL", disse o presidente do DEM, ACM Neto.
"Hoje, a comissão executiva nacional do Democratas aprovou a autorização para que seja convocada uma convenção nacional do partido, que deve ocorrer entre 5 e 20 de outubro, provavelmente dia 5, e, aí sim, os convencionais vão apreciar o tema e confirmar o processo de fusão", explicou Neto.
A convenção reúne membros do diretório nacional, delegados e parlamentares do partido –cerca de 200 pessoas.
A ideia, segundo Neto, é que a as convenções do DEM e do PSL ocorram no mesmo dia para que seja anunciada a fusão. Depois de tomada a decisão, o processo precisa ser encaminhado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para que seja criado de fato o novo partido.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o governador Ronaldo Caiado (Goiás), ministros do governo, como Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Tereza Cristina (Agricultura), e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) participaram do encontro e votaram a favor da fusão. Pacheco, considerado presidenciável, está sendo assediado pelo PSD e já foi convidado a se filiar à sigla. O DEM, com a fusão, tentará mantê-lo entre os quadros da sigla.
"A presença, hoje, do presidente Pacheco, governadores, ministros, prefeitos de capital, deputados, senadores, nós tivemos algo difícil de construir que foi uma aprovação unânime com a garantia de todas as principais lideranças do partido, conjuntamente, aprovando a decisão tomada. A presença de Pacheco é simbólica", afirmou o presidente do DEM.
Questionado sobre se ficará na sigla que pode ser criada, o presidente do Senado, se esquivou e disse que a questão "é maior que ele".
A expectativa do ex-prefeito de Salvador é que num primeiro momento, a provável futura sigla perca filiados e parlamentares que discordem da fusão, mas que novos nomes se filiem ao partido. Para ele, a fotografia da nova sigla ficará clara em abril, logo depois da janela partidária –período para troca de partidos–, que ocorre em março.
O objetivo, disse o dirigente, é que a provável futura sigla tenha papel relevante nas eleições presidenciais.
Uma das preocupações de integrantes do DEM é que as decisões na sigla a ser criada sejam tomadas de forma colegiada e não de forma unilateral pelo comando da futura legenda, que será comandada pelo deputado Luciano Bivar (PE), presidente do PSL. Neto será o secretário-geral do partido que resultará da fusão.
"O PSL é um grande corpo, mas o Democratas é um grande partido. Nossos valores e princípios vão balizar o futuro desta fusão", disse o presidente do diretório paulista do partido, deputado Alexandre Leite.
Segundo integrantes do DEM, um dos acordos é que toda decisão do novo partido será colegiada.
"É um movimento estratégico e político inteligente, que gera a maior bancada do Congresso Nacional e um papel de protagonismo no cenário para 2022", avaliou o líder do partido na Câmara, Efraim Filho (PB).