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As autoridades alemãs indicaram esta quarta-feira (22), que o homicídio de Alexander, de 20 anos de idade, num posto de combustível de Idar-Oberstein, no oeste da Alemanha, foi "um caso isolado", mas a população teme uma escalada de violência decorrente dos movimentos negacionistas e de extrema-direita no país.
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Em entrevista à RTL, uma vizinha do homicida de 49 anos de idade, que entretanto se entregou à polícia, disse que "era apenas uma questão de tempo até as coisas piorarem". A mulher, que não se identificou, disse sempre ter tido medo dos encontros com Mario, que morava ao lado do seu salão de estética.
De acordo com a moradora local, o 'developer' informático, defendia a políticos de extrema-direita, era agressivo e insultava as pessoas com regularidade. "Era uma ameaça até para as minhas clientes", disse. "O problema era o estacionamento, dizia a todos os clientes que não podiam estacionar perto da garagem dele, para não terem problemas."
Embora as autoridades tenham descrito o crime como "um caso isolado", admitiram que este revela "um grau dramático de brutalidade na sociedade." Os mesmos alertas são feitos de forma transversal por responsáveis políticos, que condenam o crime, descrito pelo ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, como "um homicídio a sangue frio."
Mario, para além de aderir a teorias da conspiração relacionadas com a pandemia, ainda terá ligações a movimentos de extrema-direita. O procurador Kai Fuhrmann disse, na segunda-feira, que ele se apresentou na delegacia local no domingo. À polícia, declarou que se sentiu "encurralado" pelas medidas de combate à pandemia do novo coronavírus, considerando uma "violação crescente dos seus direitos" e que não viu "nenhuma outra saída".
Alexander era estudante e trabalhava meio período no posto de combustível© Reprodução Facebook
O caso ocorreu no sábado, quando um funcionário de um posto de gasolina, um estudante de 20 anos, recusou-se a atender um cliente, que queria comprar uma caixa de cervejas, porque ele não usava máscara.
O homem de 49 anos não gostou e saiu, mas voltou depois, desta vez usando uma máscara. Ao dirigir-se a Alexander, porém, baixou-a. Depois de receber novamente a ordem para usar a máscara corretamente, Mario tirou uma arma do bolso e baleou o estudante, que morreu instantaneamente, segundo a polícia. As câmaras de videovigilância captaram todo o incidente.
Desde sábado, vários moradores colocaram flores e velas diante da bomba de gasolina.© Thomas Frey/picture alliance via Getty Images
Os investigadores revistaram o apartamento do homem, onde encontraram a arma do crime, bem como outras armas de fogo e munições.
O grupo intitulado 'Pensadores Livres (Querdenker)', um movimento radicalmente oposto às medidas de combate ao SARS-CoV-2 na Alemanha, celebraram pela internet o ataque mortal.