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A fronteira da Turquia com a Síria foi fechada nesta sexta-feira (05) a sul da cidade turca de Kilis, com milhares de pessoas concentradas do lado sírio para tentar escapar à ofensiva do regime de Damasco em torno de Aleppo.
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Segundo um jornalista da agência AFP, a situação estava calma no posto fronteiriço turco de Oncupinar, em frente à cidade síria de Bab al-Aslam, onde ninguém foi autorizado a entrar ou sair de território turco desde o início do dia de hoje. Nenhum fluxo de refugiados era visível a partir da Turquia.
Somente alguns veículos da polícia turca estavam estacionados ao longo corredor protegido que faz de 'fronteira' em terra de ninguém entre os dois países, constatou a AFP no local. Segundo o governo turco e o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), dezenas de milhares de civis deixaram a cidade de Aleppo, alvo desde segunda-feira de uma vasta ofensiva do exército do Presidente sírio, Bashar al-Assad, apoiada por intensos bombardeios da Rússia, seu principal aliado.
"Atualmente, há 10.000 novos refugiados à espera à porta de Kilis por causa dos bombardeios aéreos e dos ataques contra Aleppo. Entre 60.000 e 70.000 pessoas estão se deslocando a partir dos acampamentos do norte de Aleppo em direção à Turquia", afirmou na quinta-feira o primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu, em declarações proferidas em Londres.
A OSDH reportou que cerca de 40.000 civis da região fugiram das suas casas desde segunda-feira e que milhares de outros se encontravam sem abrigo perto da Turquia.
A Turquia, que acolhe já cerca de 2,5 milhões de sírios no seu território, advertiu o regime de Damasco, que combate, e os seus "cúmplices" russos. Os seus líderes também instaram a comunidade internacional a agir.
"Cerca de 10.000 pessoas vindas de Aleppo esperam atualmente na fronteira para poder entrar na Turquia. Os russos bombardeiam implacavelmente, o regime bombardeia implacavelmente, mas o mundo se cala", lamentou, na noite de quinta-feira, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em visita ao Equador.
A antiga capital econômica da Síria figura desde 2012 como um bastião dos rebeldes que controlam o leste, enquanto os bairros do oeste se encontram nas mãos do regime de Damasco.
A guerra na Síria, iniciada em março de 2011, já provocou mais de 260 mil mortos, 13 milhões de deslocados internos e ainda 4,6 milhões de refugiados, a maioria dos quais acolhidos nos países vizinhos, de acordo com dados das Nações Unidas.