Combate à inflação deve ser feito de acordo com realidade de cada país, diz FMI

De acordo com o FMI, a alta dos índices de preços em economias avançadas e países emergentes será temporária e deve voltar para patamares registrados antes do surgimento da covid-19 em meados de 2022

© Shutterstock

Economia FMI 06/10/21 POR Estadao Conteudo

A economia mundial está em pleno processo de retomada heterogênea da recessão provocada pela pandemia do coronavírus. Contudo, este movimento ocorre em um contexto de amplas incertezas, dado que o vírus não está totalmente sob controle em grande parte do planeta. Desta forma, as ações de autoridades de países para combater a alta recente da inflação, causada especialmente por gargalos nas cadeias de produção e elevação dos preços de commodities, devem ser calibradas de acordo com a realidade de cada nação, aponta o Fundo Monetário Internacional (FMI) no capítulo 2 do documento Perspectiva Econômica Mundial.

PUB

De acordo com o FMI, a alta dos índices de preços em economias avançadas e países emergentes será temporária e deve voltar para patamares registrados antes do surgimento da covid-19 em meados de 2022. Mas o Fundo ressalta que esta avaliação precisa ser ponderada com cautela devido à atual dinâmica da recuperação global. "Simulações de cenários caracterizados por fortes altas em cotações de commodities, choques contínuos em setores e expectativas adaptativas sugerem significativos riscos ao cenário de inflação."

O FMI destaca que rupturas mais persistentes de oferta de produtos, rápida subida de valores comerciais de imóveis em economias avançadas e depreciações cambiais, aliadas ao aumento de preços de alimentos em países emergentes, podem levar a inflação a ficar mais alta por um período maior do que o esperado.

Tal perspectiva indica que os dirigentes de bancos centrais precisarão manejar com rapidez os instrumentos de política monetária com foco em dois riscos: um deles é agir com alta de juros para evitar quaisquer ciclos de ascendentes dos índices de preços. A gestão destas medidas deve ser comunicada de forma bem clara aos agentes econômicos, a fim de absorver as decisões oficiais sem sobressaltos, pois do contrário poderia provocar inclusive volatilidade em mercados financeiros.

Ao mesmo tempo, os BCs precisam equilibrar as suas políticas para não prejudicarem demais a recuperação da demanda agregada. "Bancos centrais poderiam olhar além das pressões inflacionárias temporárias e evitar o aperto prematuro de políticas até que exista mais clareza sobre a dinâmica dos preços subjacentes." Essa avaliação, porém, precisa estar em harmonia com a ancoragem de expectativas de inflação.

Em relação aos mercados emergentes, episódios de avanço dos índices de preços ao consumidor no passado causaram ciclos de alta da inflação de forma inercial, que foram, em geral, precedidos por crescentes desequilíbrios domésticos e externos. "Tudo isso enfatiza o papel de fortes fundamentos macroeconômicos e credibilidade a médio prazo do arcabouço fiscal para manter as expectativas ancoradas."

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo Investigação Há 21 Horas

Laudo aponta que míssil da Rússia derrubou avião no Cazaquistão

fama Emergência Médica Há 20 Horas

Internado na UTI, saiba quem é Toguro, influencer indiciado por homicídio

brasil Urgência Há 1 Hora

Avião da Latam declara emergência após decolar de Brasília e faz pouso forçado

fama Tragédia Há 19 Horas

Ator de 'Baby Driver', Hudson Meek, morre aos 16 anos

fama LUTO Há 21 Horas

Famosos lamentam morte de Ney Latorraca

brasil São Mateus do Sul Há 19 Horas

Equipe médica e paciente morrem em acidente com ambulância no Paraná

fama Justiça Há 11 Horas

Baldoni é processado por ex-assessora em polêmica envolvendo Blake Lively

esporte Redes Sociais Há 19 Horas

Muçulmano, Salah posta foto celebrando Natal e é criticado por internautas: 'Hipocrisia'

justica Violência Há 21 Horas

PM dá tiro à queima-roupa em jovem que gravava abordagem em Osasco, em SP

economia Trabalhadores Há 3 Horas

Salário mínimo subirá R$ 106 e novo valor passará a ser de R$ 1.518 a partir de 1º de janeiro