© José Cruz / Agência Brasil
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A deputada federal Joice Hasselmann (SP) está de saída do PSL. Joice se filiará nesta quinta-feira (7) ao PSDB em um evento sediado em São Paulo, que contará com a presença do governador do estado, João Doria, também da legenda tucana.
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A filiação da deputada está marcada para ocorrer às 13h30 desta quinta. Ela entrou no PSL em 2018 e, recentemente, tem vocalizado mais suas críticas à legenda. "PSL virou biruta de aeroporto, cada hora vai para um lado", afirmou ao UOL News em setembro.
"Vendo o partido entregue de novo aos bolsonaristas, temos Bia Kicis na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania), é surreal uma coisa dessas. Entrei no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para pedir desfiliação por justa causa, não me representa mais", disse na mesma entrevista.
A deputada tem subido cada vez mais o tom contra o presidente Jair Bolsonaro, que deixou o PSL em 2019 e ainda não se filiou a uma nova sigla. Para Joice, "Bolsonaro saiu do partido, mas o partido não saiu do Bolsonaro".
Além do presidente, a deputada travou um embate com um dos filhos dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Quando ele anunciou estar com coronavírus, Joice relembrou o que foi dito a ela quando esteve na mesma situação, em junho de 2020.
"Eduardo Bolsonaro está com Covid. Quando peguei a doença ano passado, Eduardo fez um tuíte asqueroso me comparando a um porco. Eu jamais o compararia a nenhum animal, pois nenhum ser é tão abjeto quanto ele. Desejo pronta recuperação e que viva muito para pagar pelos seus crimes", escreveu a deputada no Twitter.
Ano passado, depois de ela divulgar estar infectada pela doença, Eduardo escreveu mensagem de chacota direcionada a Joice: "Não sabia que coronavírus dava em porco também".
Em junho, a deputa entrou com ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo desfiliação por justa causa do PSL, argumentando sofrer perseguição política no partido por seu posicionamento contrário ao presidente Bolsonaro.
Joice chegou a ser líder do governo no Congresso até ser retirada do cargo durante o racha no PSL iniciado com a briga pública entre Bolsonaro e o presidente do partido, o deputado Luciano Bivar (PE).
Na ação, a deputada acusa Bivar de ser o principal responsável pela perseguição interna que sofre.
A ação junto ao TSE pede "reconhecimento de justa causa para desfiliação e consequente filiação a outro partido que reconheça o que lhe trouxe uma deputada federal de 1 milhão de votos, retribuindo-lhe a fidelidade partidária com que a filiada sempre tratou o partido, mas não recebeu de volta, especialmente após a eleição da Câmara."
Nesta quarta-feira (6), DEM e PSL aprovaram a fusão dos partidos, num processo que resultará na criação de uma nova sigla, a União Brasil. O novo partido teria uma bancada de 81 deputados federais, ante 53 do PT, na segunda colocação.