Guedes defende vender ações da Petrobras e usar dinheiro no combate à pobreza

Guedes disse ainda que, se o preço do petróleo está subindo, a Petrobras também sobe de valor.

© Getty Images

Economia PAULO-GUEDES 14/10/21 POR Folhapress

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que vender ações da Petrobras e usar o ganho para custear programas sociais pode ser uma alternativa para a privatização completa da empresa.

PUB

"Quando o preço dos combustíveis sobe, os mais frágeis estão com dificuldade. Imagine então se eu vender um pouco das ações da Petrobras e der pra eles esses recursos? Não faz sentido o país ficar mais rico e o pobre ficar mais pobre", disse Guedes, em conversa com jornalistas em Washington nesta quarta-feira (13).

O ministro viajou para a capital americana para participar da reunião anual do FMI e de outros eventos, como um encontro de ministros da economia do G20.

"Vamos levar a Petrobras para o novo mercado? Hoje o governo controla a Petrobras com ações ordinárias. Se você falar que vai para o novo mercado, os cálculos são que a Petrobras pode ganhar entre [R$] 100 [bilhões] e [R$] 150 bilhões de valor adicional", afirmou.

O novo mercado é o segmento da Bolsa para empresas com boas práticas de governança corporativa. Nesse segmento, as empresas operam apenas com ações ordinárias, que dão direito a voto. Normalmente as companhias têm tanto as ordinárias quanto as ações preferenciais, sem direito a voto.

Guedes disse ainda que, se o preço do petróleo está subindo, a Petrobras também sobe de valor. "E pode subir mais ainda se eu falar que eu vou privatizar, abrir mão do controle", afirmou. Ele defendeu a criação de uma corporation, "a mesma ideia usada na Eletrobras", que precisou ser capitalizada.

"No caso da Petrobras, ela [a ação] pode subir porque você vai para o novo mercado. Vai acabar essa diferença entre [ações] ordinárias e preferenciais. Então o governo, que tem hoje o controle, ele pode continuar com a golden share, qualquer coisa assim, mas na hora em que as ações ficarem todas da mesma qualidade, o mercado vai aplicar um múltiplo de empresa privada, e vai valer muito mais", avalia o ministro.

"Aí, toda vez que o combustível subir, você tem ações da Petrobras valendo mais, você vende um pouquinho e deixa as pessoas mais pobres comprarem gás natural. Ai quando os preços do gás e do petróleo subirem, uma parte dessa riqueza que o Brasil tem vai para os mais pobres", completou.

Guedes ressaltou que defende a privatização de todas as estatais, incluindo a Petrobras, e que esse dinheiro seja usado para transferir riquezas aos mais pobres. "Capitalismo popular, de Margaret Thatcher".

O ministro também sugeriu a ideia de criar um fundo de combate à pobreza a partir dos lucros com ações de estatais como Petrobras e Caixa Seguridade.

Na conversa, o ministro ainda comentou que a adesão do Brasil ao acordo internacional para criar um imposto mínimo a grandes corporações pode ajudar o país no processo de entrada na OCDE (Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico), uma das metas do governo brasileiro. Guedes se reuniu nesta quarta com o secretário-geral da entidade, Mathias Cormann.

A proposta de um imposto mínimo global para multinacionais foi aprovada de forma preliminar pelo G20 em julho. Na sexta-feira (8), a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) anunciou um acordo reunindo 136 países -incluindo o Brasil- em torno da proposta. Paquistão, Sri Lanka, Quênia e Nigéria não concordaram em aderir.

Pelo novo acordo, que ainda precisa ser assinado, uma alíquota mínima de 15% será aplicada a multinacionais com faturamento anual acima de 20 bilhões de euros (R$ 128 bilhões) e margem de lucro superior a 10%. A expectativa da OCDE é que isso gere arrecadação anual de US$ 150 bilhões (R$ 830 bilhões), e que a medida entre em vigor em 2023.

Guedes avalia que a medida poderá trazer mais recursos aos cofres públicos brasileiros, mas não estimou uma cifra. Ele disse que a política também pode estimular o Brasil a reduzir sua tarifação a grandes empresas, hoje em torno de 34%, para valores mais próximos aos praticados nos demais países da OCDE.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Polícia Federal Há 13 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

fama MAIDÊ-MAHL Há 14 Horas

Polícia encerra inquérito sobre Maidê Mahl; atriz continua internada

fama Harry e Meghan Markle Há 5 Horas

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

justica Itaúna Há 13 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

economia Carrefour Há 11 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

esporte Indefinição Há 13 Horas

Qual será o próximo destino de Neymar?

brasil São Paulo Há 13 Horas

Menina de 6 anos é atropelada e arrastada por carro em SP; condutor fugiu

fama Documentário Há 5 Horas

Diagnosticado com demência, filme conta a história Maurício Kubrusly

economia LEILÃO-RECEITA Há 11 Horas

Leilão da Receita tem iPhones 14 Pro Max por R$ 800 e lote com R$ 2 milhões em relógios

fama LUAN-SANTANA Há 13 Horas

Luan Santana e Jade Magalhães revelam nome da filha e planejam casamento