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A três dias do começo da Cúpula do G-20, em Roma, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu uma mudança no paradigma econômico global que leve os países a aumentar o financiamento disponível para a saúde. Em nota divulgada nesta terça-feira, a entidade diz que os recursos públicos para a área de saúde devem ser vistos como um investimento de longo prazo, e não como um custo no curto prazo.
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No documento publicado hoje, o Conselho de Economia da Saúde para Todos da OMS sugere que os países criem espaço fiscal para aliviar as restrições "artificiais" impostas por "suposições econômicas desatualizadas". O órgão afirma que é preciso reverter reformar que levam a grandes cortes na área da saúde.
"O Conselho acredita que é preciso buscar um novo paradigma que evite políticas e premissas macroeconômicas que nos afastem da Saúde para Todos", diz um trecho da nota. "Não apenas mais financiamento do setor da saúde, mas também financiamento de melhor qualidade é crucial para oferecer Saúde para Todos, que deve ser equitativa e garantir um impacto sustentável na vida das pessoas."
A OMS ressalta que a pandemia de covid-19 trouxe à tona as crescentes desigualdades no mundo, principalmente no acesso a cuidados e produtos de saúde. "Para cada 100 pessoas em países de alta renda, 133 doses da vacina contra covid-19 foram administradas, enquanto em países de baixa renda, apenas 4 doses por 100 pessoas foram administradas", ilustra a entidade.
"No entanto, até o momento, o mundo continua a seguir o mesmo paradigma econômico que não muda a estrutura financeira subjacente e aplica um pensamento desatualizado sobre o desenvolvimento econômico, que se opõe à Saúde para Todos", critica a OMS.
O recado é voltado para os países do G-20, cuja cúpula ocorre entre os dias 29 e 31 de outubro em Roma, na Itália. Haverá reuniões de ministros da Saúde e Finanças e, em seguida, dos chefes de Estado e de governo.
"A pandemia de covid-19 demonstrou que o financiamento dos sistemas de saúde precisa mudar radicalmente para proteger e promover a saúde de todas as pessoas", afirma o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na nota.