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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Colegas procuradores de Deltan Dallagnol com passagens na Lava Jato em Curitiba, Rio de Janeiro e no Distrito Federal criticam nos bastidores a possibilidade de ele entrar na política partidária e disputar as eleições de 2022.
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Para os investigadores, após a Vaza Jato e as acusações de parcialidade nos casos de Curitiba, a ida para a política deve espalhar a suspeita sobre a atuação do Ministério Público Federal em outros casos importantes.
Os procuradores também acreditam que a exoneração do MPF pode dar munição aos antilavajatistas do Congresso que debatem a PEC sobre mudança no Conselho Nacional do MP e prejudicar julgamentos em andamento no CNMP -entre eles o que pode resultar na demissão de 11 procuradores da Lava Jato do Rio.
Em vídeo publicado nas redes sociais na quinta-feira (4), Deltan confirmou a decisão de pedir exoneração do MPF dizendo que tem várias ideias para seu futuro e defendendo o "voto consciente".
"Posso fazer mais pelo país fora do Ministério Público", disse ele, sem detalhar se entrará na política, como o ex-juiz Sergio Moro.Deltan, 41, foi o principal porta-voz do Ministério Público Federal na operação deflagrada em 2014. Estava na instituição fazia 18 anos.
Além da presença na mídia, cabia a ele organizar as diferentes frentes de apuração entre a equipe de procuradores envolvidos no caso no Paraná. Tinha participação reduzida no dia a dia dos processos e das audiências na Justiça Federal.
Ele ingressou na operação logo em suas primeiras fases, quando o então procurador-geral Rodrigo Janot decidiu formar uma força-tarefa para se dedicar exclusivamente ao caso, diante das dimensões das descobertas em andamento em Curitiba.