Família denuncia racismo após filho ser acusado de furto em loja de SP

O caso ganhou repercussão nas redes sociais, com críticas à postura da loja

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Brasil RACISMO-SP 14/11/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os pais de um adolescente negro afirmam que a equipe de uma unidade da loja esportiva Centauro acusou o jovem de 15 anos de furtar um relógio.

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Segundo relatos dos pais nas redes sociais, o caso aconteceu na quarta-feira (10), no shopping Center Norte, na zona norte de São Paulo.

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, o caso foi registrado como discriminação racial pela Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância). Por se tratar de autoria conhecida, o caso será encaminhado ao 9º DP (Carandiru), área dos fatos, para a investigação.

"Era para ser um passeio entre pai e filho e a noite foi transformada em constrangimento, indignação e uma sequência de despreparo e ações absurdas por parte dos colaboradores da loja", escreveu a mãe do jovem, Kamila Silva, em rede social.

"Ainda na porta da loja, na frente de clientes e já acompanhados pela segurança do shopping acionada pelo vendedor, foram abordados sobre o sumiço do relógio e informados que eles precisariam ser revistados", narrou ainda. "O plus da história? Meu esposo e filho são negros, mas certamente isso é apenas uma coincidência, correto?!", ironizou ela, para quem o caso retrata o "racismo estrutural".

O pai do rapaz resolveu, então, chamar a Polícia Militar. À polícia, funcionária da loja disse que um smartwatch da Apple, de R$ 1.900, sumiu, segundo entrevista do pai do adolescente ao portal G1. No fim, a revista acabou não acontecendo, afirmou também o pai.

A Folha procurou os pais do rapaz por meio das redes sociais, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Após o episódio, um boletim de ocorrência por discriminação racial foi registrado. "Vamos em frente até o último milésimo, porque, nem em meus piores pesadelos, imaginei um filho passando por isto", disse a mãe em seu post.

Kamila afirmou ainda que agora o jovem está bem e acolhido. "Felizmente, era o tipo de conversa que já tínhamos feito com ele em casa e, por sorte, o pai estava junto para defendê-lo", concluiu.

O caso ganhou repercussão nas redes sociais, com críticas à postura da loja.

A reportagem enviou e-mail à assessoria de imprensa indicada no site da loja Centauro, mas não obteve resposta.

Ao G1, a loja afirmou que "está apurando os fatos com prioridade e com a profundidade que o caso exige". "A abordagem relatada não é prática da companhia e nem reflete o posicionamento e os valores da Centauro, uma empresa que não tolera atos de injustiça ou de discriminação e preconceito", disse.

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