Black Friday deve ter recorde, mas queda real

Com custos pressionados de várias matérias-primas e falta de componentes, as chances de o consumidor encontrar barganhas no evento deste ano deverão ser menores

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Economia Black Friday 18/11/21 POR Estadao Conteudo

A inflação na casa de dois dígitos deve provocar a primeira queda real nas vendas da Black Friday desde 2016. A megapromoção, marcada para a última sexta-feira de novembro, deve movimentar R$ 3,93 bilhões. A cifra é recorde desde que o evento começou no País em 2010, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e 3,8% acima das vendas do ano passado, mas, se descontada a inflação acumulada em 12 meses, que chegou a 10,67% pelo índice oficial, o IPCA, a receita do varejo com a data deve encolher 6,5% ante 2020.

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Com custos pressionados de várias matérias-primas e falta de componentes, as chances de o consumidor encontrar barganhas no evento deste ano deverão ser menores.

DESCOBERTAS

Para avaliar o potencial de descontos efetivos na data, a entidade coletou diariamente mais de 2 mil preços no varejo agrupados em 34 linhas de produtos durante 40 dias até 16 de novembro e comparou com a cotação mínima encontrada. Constatou que 26% dos itens revelaram tendências de redução de preços no período, uma fatia menor do que a registrada na mesma pesquisa feita no ano passado: 46%.

Fábio Bentes, economista-chefe da entidade e responsável pelo estudo, lembra que a inflação em 12 meses naquele período era de 3,9%, bem distante da atual. Ele observa que um determinado produto que apresenta altas expressivas, na faixa de 10%, no preço mínimo durante as semanas que antecedem a Black Friday tende a apresentar um baixo potencial de ser vendido com desconto efetivo na megapromoção. Entre os produtos com maiores chances de descontos reais neste ano estão headset (fones com microfone), perfume feminino, hidratante, protetor solar e bronzeador e caixa de som bluetooth.

SEGMENTOS

A Black Friday brasileira, que começou em 2010 no varejo online e depois foi adotada pelas lojas físicas, ganha cada vez mais a adesão do varejo. Neste ano, mais da metade do faturamento deve ficar concentrada nos segmentos de móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e utilidades domésticas, com vendas somadas de mais de R$ 2 bilhões, segundo a CNC.

São Paulo é a unidade da federação que é o carro-chefe das vendas, com faturamento esperado de R$ 1,360 bilhão, seguido por Minas Gerais (R$ 377 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 357 milhões).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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