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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um grupo de juristas e advogados e também de familiares de vítimas da epidemia da Covid-19 vai apresentar à Câmara dos Deputados um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.
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Ele vai se basear nos crimes apontados pela CPI da Covid, que encerrou os trabalhos no mês passado.
Entre eles estão prevaricação, charlatanismo, epidemia com resultado de morte, infração a medidas sanitárias preventivas, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime, falsificação de documentos particulares, crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade.
O pedido será protocolado no dia 8 de dezembro em Brasília.
Além de parentes de pessoas que morreram por causa da doença, quinze profissionais do direito assinarão o documento: Miguel Reale Júnior, que assinou o pedido que levou ao impeachment de Dilma Rousseff, Sylvia Steiner, Helena Lobo da Costa, Alexandre Wunderlich, José Rogério Cruz e Tucci, Floriano de Azevedo Marques, Miguel Jorge, Aloyso Lacerda Medeiros, Clito Fornaciari Júnior, Alberto Silva Franco, Belisário dos Santos Júnior, Antônio Funari, Walter Maierovich, Salo de Carvalho e Davi Tangerino. Os advogados se reuniram nesta quinta (18) com senadores que integraram a CPI para discutir a apresentação do pedido.
Estavam na conversa, entre outros, os senadores Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi vice-presidente, e a senadora Simone Tebet (MDB-MS).
A CPI encerrou os trabalhos em outubro. Em seu relatório, além de responsabilizar Bolsonaro por nove crimes, Renan Calheiros (MDB-AL) identificou 29 tipos penais e sugeriu o indiciamento de 66 pessoas, incluindo deputados, empresários, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga. Foram apontados ainda crimes cometidos por duas empresas: a Precisa Medicamentos e a VTCLog.
Três filhos do presidente também constam no relatório: o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), todos são alvos de pedido de indiciamento por incitação ao crime.