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O pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Sérgio Moro, voltou a acusar o presidente Jair Bolsonaro por ter progressivamente "sabotado" seu trabalho de combate à corrupção quando foi ministro da Justiça.
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"A partir de 2018 aceitei ir para governo para tentar evitar que isso (revide de políticos) acontecesse e consolidar avanço no combate contra corrupção. Se tivesse tido apoio do presidente, possivelmente conseguiria. Mas é impossível conseguir sendo sabotado pelo presidente da República", afirmou Moro, durante fala no lançamento de seu livro 'Contra o sistema da corrupção', no Rio de Janeiro.
O ministro disse que ficou "desapontado" quando surgiram denúncias envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro. Queiroz é investigado no caso das "rachadinhas" e chegou a ser preso.
"O presidente falou, tanto internamente quanto publicamente, que o caso tinha que ser investigado e se alguém tivesse que pagar alguma coisa, que fosse assim. Então, me senti confortável e entendo que os órgãos de investigação seguiriam normalmente. Depois, vimos que não foi bem assim", disse Moro.
Moro confirmou que acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo análise de declarações recentes de Bolsonaro, que reclamou dele por não ter atuado junto ao antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e à Receita Federal para evitar investigações.
O ex-ministro disse ainda que Bolsonaro teria "sabotado" o Ministério da Saúde durante a pandemia e que teria manifestado isso internamente dentro do governo, embora não publicamente. "Eu preferi sair não só para manter o que eu acredito, mas o que as pessoas acreditam sobre ter governantes honestos", disse.