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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Uma análise preliminar da Polícia Federal constatou que não houve sequestro de dados do Ministério da Saúde no ataque hacker desta sexta-feira (10) que tirou do ar o site do Ministério da Saúde e a plataforma Conecte SUS, que fornece o certificado nacional de vacinação.
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A hipótese principal das autoridades é a de que a ação criminosa foi motivada por ativismo político na internet, o chamado hacktivismo. Elas avaliam se teve perda de informações.
Segundo peritos escalados para averiguar a situação, a conta usada para o acesso ao site do ministério foi identificada e, agora, está sendo rastreada.
[Sites ligados ao Ministério da Saúde foram atacados e tiraram do ar]© Reprodução
A polícia ainda não se manifestou publicamente sobre o caso. Além da PF, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência também foi acionado pelo ministério.
O portal da pasta saiu do ar na madrugada. Ao tentar acessá-lo, usuários encontraram um recado afirmando que os dados do sistema haviam sido copiados e excluídos e estavam em poder dos invasores.
"Nos contate caso queiram o retorno dos dados", diz a mensagem.
Minutos depois, o recado desapareceu, mas o site continuou fora do ar.
Em nota, o Ministério da Saúde disse que o ataque "comprometeu temporariamente alguns sistemas da pasta, como o e-SUS Notifica, Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), ConecteSUS e funcionalidades como a emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 e da Carteira Nacional de Vacinação Digital, que estão indisponíveis no momento".
Nas redes sociais, pessoas que conseguiram acessar o aplicativo do Conecte SUS relatam o sumiço das informações sobre vacinação.
Ao clicar no item vacinas, o app mostra a mensagem: "aguarde até 10 dias úteis para que seu registro de vacina apareça no ConecteSUS, caso não aconteça busque o estabelecimento de saúde onde você tomou a vacina e solicite o registro na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), do Ministério da Saúde".
Há também relatos sobre dificuldade para fazer login e utilizar outras funções.
O ministro da saúde, Marcelo Queiroga, afirmou esperar encontrar e punir "exemplarmente" os autores do ataque. Ele também afirmou que a pasta tem como recuperar as informações.
"Mas esses dados não serão perdidos. O Ministério da Saúde tem todos os dados. É só uma questão de resgatar esses dados", disse à TV Globo.
Segundo a reportagem apurou, porém, ainda que o ministério tenha backup das informações, é possível que nem todos os dados estivessem atualizados na cópia de segurança. Assim, neste momento, o governo está fazendo uma espécie de "varredura" para avaliar se algo foi perdido.
Integrantes da pasta disseram que o ataque não tem interferido na rotina operacional do governo, tendo em vista que ela não depende dos sistemas afetados.