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O Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central reafirmou nesta terça-feira, 15, por meio da ata de seu último encontro, a intenção de promover novo aumento da Selic (a taxa básica de juros) em dezembro. Após nova elevação de 1,50 ponto porcentual na semana passada, para 9,25% ao ano, o BC disse hoje na ata que, para a próxima reunião, "antevê outro ajuste da mesma magnitude".
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No entanto, o BC deixou a porta aberta para mudanças, indicando que os "passos futuros" poderão ser ajustados de modo a garantir a convergência da inflação para "as suas metas". Como de costume, a autoridade monetária também disse que as próximas decisões vão depender da "evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante".
Em resposta à alta ininterrupta de expectativas de inflação, inclusive em horizontes mais distantes, o BC foi incisivo sobre a continuidade de "sua estratégia" até que se consolide o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, como no comunicado.
"O Copom considera que, diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista."
O Comitê reafirma na ata que a alta de 1,50 ponto porcentual da taxa Selic anunciada na semana passada é uma decisão que "reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva".
O BC ainda repetiu que a decisão "é compatível com a convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante", que inclui os anos de 2022 e 2023.
Além disso, o BC voltou a pontuar que o aumento do juro a 9,25% "também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego" - duas metas acessórias que a autarquia passou a perseguir após a lei de autonomia formal do órgão.
Com o encaminhamento - quase final - da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, a autarquia ainda manteve a assimetria altista em seu balanço de riscos, mesmo pontuando desempenho positivo de dados fiscais. A PEC é considerada uma manobra, patrocinada pelo governo, para abrir espaço extra no teto de gastos em 2022, ano eleitoral.
O Copom repetiu que novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia, que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal, podem elevar os prêmios de risco do País.
"O Comitê avalia que questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevam o risco de desancoragem das expectativas de inflação, mantendo a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico", destacou o BC na ata, assim como no comunicado.
Mesmo assim, o Banco Central manteve seu balanço de riscos com fatores em ambas as direções. Pelo lado da inflação menor -, o Copom voltou a citar uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local.