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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cerca de um ano após virem à tona as imagens da operação policial em Chicago que levou Anjanette Young a ser algemada nua em meio a uma dezena de agentes homens, a assistente social irá receber uma indenização de US$ 2,9 milhões (R$ 16,5 milhões) da cidade americana.
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A decisão foi tomada por unanimidade pelo Conselho Municipal nesta quarta-feira (15). Após a aprovação da indenização, a prefeita de Chicago, Lori Lightfoot, afirmou que agora um "processo de cura" começa para Young, a prefeitura e a cidade, segundo o Chicago Sun-Times.
A operação ocorreu em fevereiro de 2019, quando os policiais cumpriam um mandado de busca. Eles entraram na casa da assistente social e a algemaram após uma informação indicar que um homem armado morava naquele endereço –o que se mostrou incorreto.
Os policiais permaneceram cerca de 40 minutos, segundo Celia Reza, corregedora de Chicago, relatou ao Comitê de Finanças do Conselho Municipal. Ela defendeu, no entanto, que Young ficou completamente nua por 16 segundos, quando uma jaqueta foi colocada sobre seus ombros por 13 segundos, sendo coberta por um lençol em seguida.
Apenas dez minutos depois é que a assistente social pode se vestir, quando uma agente chegou ao local, ainda de acordo com o Chicago Sun-Times.
A ação foi filmada pelas câmeras acopladas aos uniformes dos policiais, e as imagens foram divulgadas pela emissora WBBM-TV em dezembro do ano passado, o que gerou questionamentos à prefeita.
Inicialmente, Lightfoot insistiu que não sabia da operação até o vídeo ir ao ar, mas após rever seus emails, admitiu que soube da ação em novembro de 2019, ao ser alertada por um de seus assessores.
A prefeita, no entanto, negou qualquer conhecimento do esforço de sua Secretaria de Justiça para bloquear a divulgação das imagens, chegando a forçar a renúncia do antigo corregedor, Mark Flessner, seu amigo de longa data, relata o jornal de Chicago.
Para o conselho municipal Ray Lopez, os US$ 2,9 milhões aprovados nesta quarta –quase o triplo do valor da indenização de US$ 1 milhão (R$ 5,7 milhões) rejeitada por Young e seus advogados há um mês– ainda é pouco pela revitimização pela qual a cidade fez passar a assistente social.