Europa amplia restrições para conter avanço da ômicron; Reino Unido tem 12 mortes

As previsões da Comissão Europeia apontam que a nova variante causadora da Covid-19, ainda mais contagiosa que as anteriores, será a dominante no continente em meados de janeiro

© Rob Pinney/Getty Images

Mundo EUROPA-CORONAVÍRUS 20/12/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Países e cidades da Europa anunciaram o retorno de restrições para conter o avanço da variante ômicron. As previsões da Comissão Europeia apontam que a nova variante causadora da Covid-19, ainda mais contagiosa que as anteriores, será a dominante no continente em meados de janeiro.

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No Reino Unido, 12 pessoas infectadas com a ômicron morreram e 104 foram hospitalizadas, em plena onda de infecções, anunciou o vice-premiê britânico, Dominic Raab, nesta segunda-feira (20).

Durante uma reunião na semana passada, os governantes europeus destacaram a urgência de se acelerar a vacinação. O continente apresenta uma boa taxa de imunização, com 67% da população com as duas doses.

No entanto, alguns países estão muito atrasados. Dos 27 membros da União Europeia, 9 apresentam taxas inferiores a 60% -Bulgária, Romênia e Eslováquia continuam abaixo de 50%.

O ECDC (Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças, na sigla em inglês) advertiu que a vacinação "não é suficiente" para frear as transmissões e defendeu o retorno de medidas como o teletrabalho, o uso de máscara e a limitação da capacidade em espaços públicos.

A Holanda iniciou um novo lockdown neste domingo (19) para conter a disseminação da ômicron. Segundo o primeiro-ministro do país, Mark Rutte, a medida restritiva deve durar até 14 de janeiro.

Rutte explicou que poderão seguir abertos estabelecimentos como supermercados, farmácias e postos de gasolina, enquanto restaurantes, cinemas, teatros e academias deverão parar atividades.

Além disso, será permitido um número máximo de dois visitantes em cada residência por dia, com exceção do período de 24 a 26 de dezembro e da noite de Réveillon.

Na sexta (17), o RIVM (Instituto Nacional de Saúde Pública, na sigla em holandês) informou 15.433 novos casos de ovid-19, uma queda de 25% em relação à semana passada, mas, ainda assim, acima do pico de qualquer outra onda no país.

De acordo com o site Our Wolrd in Data, da Universidade de Oxford, cerca de 74,6% dos holandeses estão completamente vacinados contra a Covid-19. Mesmo assim, devido à ômicron, os hospitais operam sob pressão e muitos serão incapazes de lidar com um novo fluxo de pacientes, afirmam especialistas.

Na França, o governo anunciou que começará a vacinar crianças de 5 a 11 anos a partir da próxima quarta (22).

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, disse, na última sexta, que, com a ômicron se espalhando como "um raio", o governo propôs exigir uma prova de vacinação para quem entrar em restaurantes, cafés e outros estabelecimentos públicos. A medida pendente requer aprovação parlamentar.

Os últimos dados da agência de saúde pública da França não são animadores. Na última semana, a média de novos casos da doença se estabilizou em 52 mil por dia. Até o momento, a ômicron representa entre 7% e 10% dos testes positivos à Covid-19 na França.

Para Rémi Salomon, presidente da comissão médica da rede hospitalar pública parisiense, restrições mais duras precisam ser anunciadas antes de janeiro, para que os hospitais não enfrentem superlotação.

Já o Reino Unido registrou 82.886 novos casos de Covid neste domingo, um salto de 72% em relação às 48.071 novas infecções registradas no domingo anterior (12) -e a quarta vez em que o país tem mais de 80 mil casos registrados desde o começo da pandemia.

O país é um dos mais afetados da Europa pela pandemia, com mais de 147 mil vítimas.

Os números deste domingo são ligeiramente mais baixos do que as taxas de casos diários recordes recentes -estavam acima de 90 mil na quinta (16). Os números reportados tendem a ser menores nos fins de semana.

O governo impôs uma nova exigência para o uso de máscaras em ambientes fechados e ordenou que as pessoas apresentassem prova de vacinação ou um recente teste de coronavírus negativo para entrarem em boates e grandes eventos.

Cientistas estão alertando o governo britânico da possibilidade dos hospitais ficarem lotados. O Reino Unido e outras nações estão acelerando o ritmo das doses de reforço depois que dados preliminares -de pesquisas não revisadas por pares- mostraram que duas doses da vacina foram menos eficazes contra a variante ômicron.

Shopping, catedrais e estádios de futebol no país foram convertidos em centros de vacinação em massa.

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, ressaltou a preocupação com o aumento de casos e o potencial de sobrecarregar o sistema de saúde.

No sábado (18), foi implementada uma medida que permite que os conselhos locais na capital britânica possam coordenar os trabalhos de forma mais próxima com os serviços de emergência.

A ômicron é agora a variante dominante do coronavírus em Londres e os esforços foram intensificados para alcançar as pessoas que ainda não foram vacinadas.

Já a Dinamarca fechou teatros, salas de concerto, parques de diversões e museus. A Irlanda, por sua vez, impôs um toque de recolher às 20h em pubs e bares, além da participação limitada em eventos internos e externos.

Na Alemanha, o ministro da saúde do país, Karl Lauterbach, descartou, neste domingo, decretar medidas de isolamento social no Natal, mas alertou que a quinta onda de Covid-19 não pode mais ser interrompida e defendeu a vacinação obrigatória como a única maneira de parar a pandemia.

A Alemanha proibiu pessoas não vacinadas de entrar em estabelecimentos não essenciais no início do mês, na tentativa de controlar o aumento de casos em meio à disseminação da ômicron.

Quase 70% da população está totalmente vacinada contra o vírus, segundo dados de 17 de dezembro.

O país registrou 29.348 novos casos neste domingo e 180 mortes. O número de novos casos diários aumentou significativamente em outubro e novembro, mas tem diminuído lentamente desde o início do mês.

Já na Itália, devido à alta recente dos casos, o governo de Mario Draghi reforçou as restrições para não vacinados, que agora não podem mais entrar em locais como eventos esportivos, shows, festas e áreas cobertas de bares e restaurantes.

Além disso, um certificado sanitário para imunizados, curados ou testados é exigido em todos os locais de trabalho. A dose de reforço da vacina contra Covid também já está disponível para todos os adultos, assim como a imunização de crianças entre cinco e 11 anos.

O país registrou, neste domingo, mais 24.259 casos e 97 mortes na pandemia, de acordo com boletim do Ministério da Saúde.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou, em resumo técnico publicado na última sexta que a ômicron já foi detectada em 89 países. Os casos de Covid-19 da nova variante estão dobrando a cada 1,5 a 3 dias em locais com transmissão local na comunidade

Segundo o documento, as principais questões sobre a nova cepa permanecem sem resposta, incluindo a gravidade da doença provocada por ela e se as vacinas existentes conferem proteção.

A nova cepa foi classificada como "preocupante" pela OMS. A decisão foi baseada na evidência científica de que a variante tem muitas mutações que influenciam no comportamento do vírus.

Além de vacinação completa e de reforço, quando oferecido, a orientação para evitar infecções continua a mesma para todas as variantes: manter distanciamento, lavar as mãos, usar máscara de forma adequada (cobrindo nariz e boca) e evitar lugares fechados ou com aglomeração.

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