© Divulgação
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou que nos últimos nove dias, de 26 de dezembro a 3 de janeiro, foram registrados 798 casos de Covid-19 em cruzeiros marítimos. Desse total, 502 casos foram em tripulantes, o que representa 63% das pessoas contaminadas.
PUB
O número aumentou consideravelmente tendo em vista que de 1° de novembro, quando teve início a temporada dos cruzeiros marítimos, até o dia 25 de dezembro, foram apenas 31 casos.
Segundo a Anvisa, a mudança repentina no cenário epidemiológico provavelmente é decorrente do surgimento da variante ômicron.
Segundo a agência reguladora, os dados referentes ao cenário epidemiológico a bordo das embarcações de navios de cruzeiro que operam na costa brasileira durante a temporada 2020-2021 reforçam a nota técnica da Anvisa que recomendou ao Ministério da Saúde a suspensão provisória da temporada.
"A recomendação da agência teve como fundamento o aumento vertiginoso dos casos de Covid-19 a bordo das embarcações nos últimos dias, que indica uma mudança radical do cenário epidemiológico" disse em nota.A agência reguladora disse ainda que em reunião ocorrida nesta segunda-feira (3), com representantes do Ministério da Saúde e da Anvisa, os estados e municípios foram unânimes em reiterar a posição pela suspensão provisória da temporada de navios de cruzeiro no Brasil, até que se obtenham novos dados para melhor avaliação de eventual cenário de retomada.
Antes de alguma decisão do governo federal, a Clia Brasil, associação que representa as companhias de navios de cruzeiros no país, anunciou a suspensão das novas operações nos portos brasileiros até o dia 21 de janeiro.
A recomendação da Anvisa ainda está em avaliação no governo. Em reunião nesta segunda, representantes de ministérios decidiram não alterar as regras sobre as embarcações, ao menos por ora, sob argumento de que as próprias companhias de cruzeiros se anteciparam e anunciaram a suspensão de novas viagens.
O ministro do Turismo, Gilson Machado, defende que sejam afrouxadas as regras de controle da Covid-19 em viagens de cruzeiros para permitir a retomada das embarcações.
Machado afirma que o governo deveria adotar protocolo mais brando para a variante ômicron, que, na leitura do ministro, não gera tanto impacto como outras formas do vírus.
"É preciso adequar (a portaria) com a ômicron, porque ela não está gerando pressão nos hospitais. Mas a palavra é do ministro da Saúde. Eu torço para que haja esse entendimento", disse ele ao jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (3).