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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Era para ser uma viagem de férias tranquila com toda a família. A gerente comercial Renata de Moraes Marciano, 45, o marido e os três filhos, de 21, 18 e 14 anos, passaram algumas semanas na região sul do Brasil e saíram na noite de terça-feira (11) de Maringá (PR) rumo a Imperatriz (MA). De lá, eles pegariam uma carona até a sua cidade, Araguaína (TO), distante 247 quilômetros.
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Mas só quando chegou em Maringá soube que o seu voo de conexão, de Guarulhos a Imperatriz, havia sido cancelado pela Latam. Ela reclamou por não ter sido avisada e o atendente da companhia aérea disse que a culpa era da Decolar, site de viagens onde Renata comprou as passagens. Segundo o atendente, a Decolar deveria ter avisado a passageira.
Renata, que já tinha pago pelo despacho de cinco malas de 23 quilos cada uma, teve que fazer um novo desembolso por três malas, que não foram reconhecidas pela Latam. A empresa a reacomodou em um voo que sairia de Guarulhos às 6h50 desta quarta-feira (12).
Ao chegar a Guarulhos na terça-feira à noite, perto das 21h, Renata procurou o balcão da Latam para se informar sobre acomodação à noite para a família, mas encontrou o espaço vazio. Pediu informação a um funcionário, que não lhe deu atenção. A bagagem de toda a família já havia sido despachada para o destino final.
Por conta própria, Renata e a família foram para um hotel nas imediações do aeroporto de Guarulhos. Na manhã seguinte, chegaram às 5h20 para o check-in e uma nova decepção: o voo havia sido cancelado mais uma vez. Agora, a Latam ofereceu acomodação em outro hotel para a família, incluindo gastos com café da manhã, almoço e jantar.
"Esperamos mais de quatro horas no aeroporto até chegarmos ao hotel", diz Renata. "O voo foi remarcado para esta quinta-feira [13], às 6h50. Espero que dessa vez a gente consiga finalmente embarcar".
Por ter que passar mais um dia em trânsito, sem bagagem, Renata e a família tiveram que sair às compras de roupas e produtos de higiene pessoal nesta quarta-feira.
"Tinha que voltar ao trabalho nesta quinta-feira (13), tenho que matrícula na faculdade dos filhos para acertar, e ainda por cima perdemos a nossa carona de Imperatriz para Araguaína", diz ela. "Foi um transtorno só".
AZUL E LATAM SOMAM QUASE MIL VOOS CANCELADOS ATÉ AGORA
O cancelamento de voos por conta da contaminação de parte da tripulação por Covid-19 segue pelo sexto dia consecutivo no Brasil. Entre a última quinta-feira (6) e o próximo domingo (16) estão sendo cancelados 948 voos de Azul e Latam Brasil -desses, 765 são da Azul, a mais afetada por já estar operando no limite da sua capacidade.
A Gol informou que ainda não teve voos cancelados por afastamento médico da equipe.
Especialistas ouvidos pela reportagem acreditam que o problema do cancelamento de voos pode perdurar até o fim de fevereiro, seguindo a curva de contaminação da variante ômicron. Na terça-feira, o Brasil registrou 73.617 casos de Covid. A média móvel de casos saltou 631% em relação ao dado de duas semanas atrás e agora é de 44.016 infecções por dia.
A Azul não disponibiliza uma lista dos voos, mas afirma que está entrando em contato diretamente com os clientes.
A Latam solicita que, antes de se dirigir ao aeroporto, o passageiro confira o status do seu voo no site da companhia. Também é possível acompanhar a atualização dos voos cancelados no seguinte link: https://www.latamairlines.com/br/pt/imprensa/noticias/voosimpactados-covid-influenza.