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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Procuradoria da República do Distrito Federal optou por arquivar nesta terça-feira (25) o processo que investigava se a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, usou sua influência para conseguir empréstimos da Caixa Econômica de forma facilitada para amigos.
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Em manifestação ao MPF, o banco enviou um ofício negando que tenha existido favorecimento de pessoas próximas à família do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Reportagem da revista Crusoé publicada em 2021 implicava tanto Michelle quanto o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, já que a primeira-dama supostamente tratou do tema pessoalmente com ele. O abuso de influência teria acontecido, segundo a reportagem, durante a pandemia da Covid-19.
Em outubro, a Procuradoria da República do DF confirmou que a investigação correria por lá. O MPF, no entanto, explicou que o tema seria apurado dentro do inquérito que já analisava as irregularidades na Caixa.
Um e-mail divulgado pela revista mostrou uma assessora da primeira-dama avisando sobre o envio de "documentos dos microempresários de Brasília que têm buscado créditos a juros baixos". A mensagem ainda fez referência a uma conversa telefônica entre Michelle e Pedro Guimarães sobre o assunto.
A Crusoé disse que a Caixa abriu uma apuração interna depois que o sistema de controle detectou um "fato estranho". A auditoria, ao analisar processos de concessão de empréstimo, identificou a sigla PEP (acrônimo para "pessoa exposta politicamente") e chegou a uma lista de indicações feitas pela primeira-dama, que incluía pessoas próximas a ela, como a dona de uma rede de confeitarias de Brasília.
Segundo a revista, os integrantes da lista aprovados foram enquadrados no Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) e não há indícios de que os valores liberados extrapolassem os limites previstos pela lei.