Fotógrafo suíço morre de frio após cair em rua de Paris e ser ignorado por 9 horas

Ele ficou estimadas nove horas estatelado no chão a espera de ajuda, mas ninguém parou para socorrê-lo

© Reprodução

Mundo FRANÇA-MORTE 01/02/22 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - René Robert, um fotógrafo suíço conhecido pelos retratos de algumas das estrelas de flamenco mais famosas da Espanha, morreu de hipotermia no dia 19 de janeiro depois de escorregar durante uma de suas caminhadas noturnas pelo movimentado bairro de Paris onde morava. Ele ficou estimadas nove horas estatelado no chão a espera de ajuda, mas ninguém parou para socorrê-lo.

PUB

A notícia foi dada por seu amigo e jornalista Michel Mompontet numa série de publicações em uma rede social na última quinta-feira (27). Segundo ele, Robert sofreu a queda por volta das 21h, na rue de Turbigo, entre a praça da República e Les Halles. "Ele sofreu uma tontura e caiu", escreveu Mompontet no Twitter.

"Incapaz de se levantar, ficou enraizado no local, no frio, por nove horas, até que um sem-teto chamou os serviços de emergência. Muito tarde. Ele tinha hipotermia e não conseguia se agarrar à vida. Ao longo dessas nove horas, nenhum transeunte parou para verificar por que esse homem estava deitado na calçada. Nenhum", lamentou o amigo do fotógrafo.

Robert fotografou lendas do flamenco em preto e branco, incluindo Camarón de la Isla e Paco de Lucía. O bairro onde ele morreu -próximo ao Marais, entre o 2º e o 3º "arrondissements"- é agitado, com restaurantes, cafés e muitos turistas. Andarilho, era acostumado a fazer passeios noturnos e caiu entre uma loja de vinhos e uma ótica. Ainda segundo Mompontet, foi levado já sem vida para o hospital Cochin por volta das 6h do dia seguinte.

Em entrevista à TV francesa, o jornalista afirmou que o amigo foi "morto por indiferença" e que ele próprio não tem 100% de certeza de que não se afastaria de um sem-teto deitado em uma porta.

O jornalista conheceu o fotógrafo no final dos anos 1980, quando ambos iam juntos a shows de flamenco em Paris. Robert era "muito atencioso com os outros, engraçado, mas era um homem de poucas palavras", descreveu Mompontet. "Ele falava em voz baixa. Não gostava de falar muito, como muitos fotógrafos. Sempre usava um chapéu. Durante anos ele sempre carregou o cigarro na boca, depois o largou."

Segundo associações que prestam assistência a grupos de sem-teto, cerca de 600 pessoas nessas condições morrem nas ruas da França todos os anos. O episódio envolvendo Robert provocou um debate sobre responsabilidade cívica e decência humana no país.

No sábado (29), o padre brasileiro Julio Lancellotti, conhecido por liderar projetos de amparo a pessoas em situação de rua, comentou em seu perfil no Instagram a morte do fotógrafo e destacou que a chamada "aporofobia", palavra que remete à rejeição aos pobres, "acaba atingindo até quem não está em situação de rua".

"Ironicamente, a única pessoa que se prestou a ajudá-lo foi justamente um morador de rua. Mas já era tarde demais", acrescentou.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Guarujá Há 18 Horas

Criança de 2 anos sai correndo de restaurante e morre atropelada em SP

fama Kendra Wilkinson Há 22 Horas

Modelo revela como eram festas com sexo feitas por Diddy

fama Acidente Há 18 Horas

Zé Neto sofre acidente e é internado no interior de São Paulo

lifestyle OMS Há 15 Horas

Marburg: vírus com 88% de letalidade mata 6 em novo surto

esporte Óbito Há 15 Horas

Ex-jogador é encontrado morto em hotel aos 43 anos

mundo Israel Há 22 Horas

Hutis dispararam míssil contra aeroporto à chegada de Netanyahu

mundo EUA Há 16 Horas

Queda de avião junto a aeroporto deixa "vários mortos" nos EUA

fama Giovanna Roque Há 21 Horas

Namorada defende MC Ryan após suposta agressão: 'Perdeu a cabeça'

brasil Rio Grande do Sul Há 22 Horas

RS registra pedra de granizo de 14,6 cm, a maior a cair no Brasil

fama Drake Hogestyn Há 22 Horas

Morre Drake Hogestyn, ator de 'Days of Our Lives', aos 70 anos