© Divulgação
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A assembleia geral de credores do Hopi Hari realizada nesta quarta (2), terminou às 22h22, quase dez horas depois de iniciada. "Para quem gosta de numerologia, é um prato cheio", brinca o presidente do parque, Alexandre Rodrigues.
PUB
Em entrevista à reportagem, o executivo diz que o momento foi histórico, porque o parque, em recuperação judicial desde agosto de 2016, deu os primeiros passos para se reestruturar.
O plano de recuperação foi aceito em uma assembleia que contou com as participações de BNDES, SLW, Prevhab e Mirai, que juntos somam cerca de 90% da dívida, de aproximadamente R$ 500 milhões.
No plano, consta o compromisso do principal acionista, o fundo de private equity Brooklyn Investimentos, dono de 74% do parque, de investir R$ 150 milhões entre 2022 e 2026 na expansão e modernização do empreendimento.
A proposta de reestruturação, porém, ainda precisa ser homologada pelo juiz Fábio Marcelo Holanda, da 1ª Vara Cível do Foro de Vinhedo (SP), onde o parque está sediado.
O presidente do parque diz que o controlador não descarta a venda do Hopi Hari, situado em uma região que se tornou estratégica para o mercado de entretenimento no Brasil.
Em novembro, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), assinou um decreto que criou o Distrito Turístico Serra Azul, que engloba um complexo de parques temáticos e centros de compras entre as cidades de Jundiaí, Itupeva, Louveira e Vinhedo. Doria prevê que a região pode atrair investimentos de R$ 1,8 bilhão em cinco anos.
O decreto cria um conselho gestor com representantes do estado, das administrações municipais e da sociedade civil para impulsionar o turismo na região, com potencial para se tornar uma "Disney brasileira".
Daí o fato de o Hopi Hari ter se tornado um ativo de interesse para grandes empresas de entretenimento, como Beto Carrero e Playcenter, que no final do ano passado fizeram um movimento de se aproximar dos credores do parque, antes da aprovação do plano de recuperação judicial.
"Mas agora, com o plano recebendo a aprovação da Justiça, quem quiser levar o parque vai ter que pagar pelo menos R$ 500 milhões", diz Rodrigues. "O Hopi Hari vale mais de R$ 1 bilhão", afirma. Segundo ele, o parque faturou R$ 98 milhões no ano passado e registrou lucro de R$ 12 milhões.
De qualquer forma, diz o executivo, os atuais controladores não têm interesse de se desfazer do parque tão cedo: pretendem ver o ativo se valorizando nos próximos anos, inclusive com os investimentos previstos.
Questionado se os recursos devem ser direcionados inclusive para a manutenção do parque -no último dia 11 de dezembro, a trava de uma montanha-russa do parque se soltou com o brinquedo em movimento -, Rodrigues afirma que a manutenção é feita periodicamente e o fato foi um caso isolado.
"Mandamos fazer o raio-x avançado das travas e o trem voltou a funcionar. Estamos em contato com o fornecedor PTC, da Filadélfia [EUA], para tentar entender o que aconteceu", diz.