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O uso de energia nuclear no combate ao mosquito Aedes aegypti é tema de uma pesquisa realizada pela Fiocruz Pernambuco e pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Fernando de Noronha. Mosquitos machos, esterilizados com radiação gama, estão sendo liberados no ambiente para competir com os selvagens no acasalamento.
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Ao vencerem essa disputa, eles passam espermatozóides inviáveis, que são utilizados pelas fêmeas durante todo o seu processo de postura dos ovos, sem gerar novas larvas do inseto. Como a fêmea do mosquito costuma ficar disponível para acasalar apenas uma vez ao longo de sua vida, o cruzamento com machos estéreis acaba impedindo sua reprodução. A partir do uso dessa tecnologia, é esperada uma diminuição da densidade populacional do Aedes.
A iniciativa, segundo o Portal Brasil, utiliza uma subpopulação de mosquitos da própria ilha, buscando preservar suas características genéticas, que já estão adaptadas às condições ambientais do local. A etapa atual está centrada na liberação dos mosquitos em quatro pontos da Vila da Praia da Conceição. De dezembro até a primeira quinzena de fevereiro foram realizadas nove liberações, cada uma com três mil machos estéreis.
A coordenadora do projeto, a pesquisadora da Fiocruz PE Alice Varjal, explica que o impacto da medida será avaliado pela quantidade de ovos inviáveis que serão coletados. Será medida a fecundidade (quantidade de ovos colocados) e a fertilidade (viabilidade dos ovos).
As avaliações começam a ser realizadas a partir do final de fevereiro, para verificar se a redução de cerca de 70% da viabilidade dos ovos, observada em laboratório, também se confirmará em campo.
Iniciado em 2013, o projeto já tem como produtos a formação de recursos humanos em mestrado (já finalizado) e doutorado (em andamento).