© Luis Macedo/Câmara dos Deputados
No segundo mandato como deputado federal, Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) assumiu ontem a presidência da Frente Parlamentar Evangélica. Ao Estadão, o deputado traçou o diagnóstico de uma bancada amplamente bolsonarista e disse que, se houver aval dos seus pares, não pretende receber outros presidenciáveis que almejam o apoio dos crentes. A seguir, os principais trechos da entrevista:
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Qual será a prioridade da frente?
Focar na eleição para ampliar a bancada com o máximo de colegas. Somos sub-representados. Somos 30% da população brasileira, e não somos 30% dos deputados, muito menos dos senadores.
Como a frente vai se posicionar na eleição presidencial deste ano?
São 115 deputados e 13 senadores. Não posso dizer se vai haver racha antes de consultar meus pares. Mas sinto que 90% dos deputados da frente evangélica querem apoiar a reeleição do presidente Bolsonaro. Temos duas deputadas do PT, Benedita da Silva (RJ) e Rejane Dias (PI). Elas têm todo nosso carinho, e lógico que elas vão apoiar o candidato do partido delas. Fora elas, desconheço quem queira apoiar outro candidato.
Os demais pré-candidatos estão atrás dos evangélicos. A frente vai recebê-los, vai abrir um diálogo?
Não posso me dar ao luxo de abrir diálogo em ano eleitoral sem antes ouvir meus pares. Se decidirmos o alinhamento a Bolsonaro, institucionalmente, vou me negar a receber.
O ex-ministro Sérgio Moro não sensibilizou os evangélicos com a Carta de Princípios para Cristãos?
Moro foi mal orientado. Ele precisa melhorar a assessoria, se quiser se aproximar dos evangélicos. Se é para fazer um documento aliviando o conservadorismo, é melhor não fazer. Ele foi bem em vários pontos, mas deu uma derrapada. Quando acendeu uma vela dizendo que "apoia a família tradicional", não precisava colocar "mas respeita opções sexuais". O complemento daquele parágrafo comprometeu tudo. Por causa desse parágrafo, ele continuou enfraquecido.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.