PAULO EDUARDO DIASSÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de Cesário Lange, no interior de São Paulo, já tem conhecimento de que foram utilizados fogos de artifício durante uma apresentação musical no Mavsa Resort, no início da semana. Logo após o efeito pirotécnico, um incêndio tomou um dos ambientes do empreendimento, no que resultou em ao menos 16 pessoas feridas, algumas delas em estado grave.
PUB
O uso de fogos de artifício foi confirmado por pessoas que já prestaram depoimento à polícia, entre elas bailarinos que faziam parte do espetáculo. "[Os bailarinos] informaram que o fogo começou logo após o acionamento da pirotecnia", disse à reportagem o delegado Silvan Renosto, titular da Delegacia de Cesário Lange.
O fogo teve início por volta das 23h da última segunda-feira (21), em um espaço conhecido como Dragon Bar. A área ficou destruída. Até a noite de quinta-feira (25), ao menos quatro pessoas continuavam internadas, segundo a administração do resort, que afirmou não saber o quadro clínico delas.
Entre os feridos que estavam em estado grave, Antone Roberto Camargo, 43, está no Hospital Unimed de Sorocaba. No entanto, conforme a rede hospitalar, seus familiares não autorizaram a divulgação do boletim médico. Já Adriano Franklin Dias, 49, que estaria se apresentando com a banda no momento do incêndio, foi removido para um hospital particular na capital. A reportagem não conseguiu contato com a família.
O jornal Folha de S.Paulo havia questionado o Mavsa Resort na quarta-feira (23) sobre o possível uso de fogos no local. Como resposta, a assessoria de imprensa do empreendimento escreveu que iria aguardar o trabalho da perícia. "Nossa prioridade agora é a saúde das pessoas que estão hospitalizadas, então estamos direcionando toda a nossa energia e todos os nossos esforços a eles", acrescentou. Procurado novamente nesta sexta-feira (25), o Mavsa Resort não se pronunciou até a publicação deste texto.
De acordo com Renosto, com a confirmação do evento pirotécnico, o próximo passo é ouvir os responsáveis por instalar e manusear os dispositivos. "Agora, eu tenho que fazer a oitiva dos responsáveis pela instalação desses dispositivos pirotécnicos. Eu tenho que indagar esses responsáveis por essa instalação e operação desses dispositivos. Isso começará a ser feito a partir de quarta-feira", explicou.A partir desses depoimentos, conforme o delegado, será possível verificar o que realmente causou o incêndio.
Guardadas as devidas proporções, o caso pode ser considerado semelhante ao ocorrido em 2013 na boate Kiss, em Santa Maria (RS). Um incêndio no local, provocado pelo uso de dispositivos pirotécnicos, resultou na morte de 242 pessoas, além de outras 600 feridas. Em dezembro passado, quatro pessoas consideradas culpadas pelo incêndio foram condenadas a penas entre 18 e 22 anos.