Pressionado, Zema tenta convencer policiais de MG a aceitar reajuste

Representantes das forças de segurança ouvidos pela reportagem afirmaram nesta quarta-feira (2) que vão manter a exigência de aumento prevista no acordo, fechado em 2019, e ainda não repassada, que totaliza 24%.

© Agência Brasil

Política ROMEU-ZEMA 03/03/22 POR Folhapress

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - Sob pressão agora também de adversários políticos, o governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) tenta nesta quinta-feira (3) convencer representantes de forças de segurança da proposta de reajuste de 10% para o funcionalismo, após onda de protestos de policiais militares, civis e agentes penitenciários.

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Representantes das forças de segurança ouvidos pela reportagem afirmaram nesta quarta-feira (2) que vão manter a exigência de aumento prevista no acordo, fechado em 2019, e ainda não repassada, que totaliza 24%.

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), provável rival de Zema na eleição de outubro para o Palácio Tiradentes, afirmou que quem deu início ao impasse foi o governo.

Outro adversário do governador, o prefeito de Betim, a quinta maior cidade do estado e a terceira da Grande Belo Horizonte, Vitório Medioli (sem partido), disse à imprensa local que faltam ao governo Zema diálogo e experiência político-administrativa.

Da parte dos policiais, a pressão já ocorre desde o último dia 21, quando uma manifestação que contou com a presença de 30 mil integrantes das forças de segurança de Minas Gerais, conforme organizadores do ato, percorreu ruas do centro de Belo Horizonte.

Na última sexta-feira (25), uma nova manifestação, de menor porte, foi realizada na Cidade Administrativa, a sede do governo do estado.

Em seguida, a Linha Verde, via que liga Belo Horizonte ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, e passa em frente à Cidade Administrativa, foi fechada por mais de duas horas.

Os atos de forças de segurança ocorreram após divulgação de uma carta do comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, o coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, em apoio à manifestação da tropa para pressionar o governo Zema. O documento pode configurar crime militar passível de detenção por até quatro anos, segundo especialistas ouvidos pela reportagem.

Em relação à Polícia Civil, a corporação chegou a operar com 30% de seu efetivo, o que provocou, por exemplo, atraso para emissão de documentos no Detran (Departamento de Trânsito de Minas Gerais), que na última quinta-feira (24) apresentava longas filas de motoristas em seus carros à espera de atendimento.

Já representantes dos policiais militares repassaram às tropas orientações sobre atuação no que chamam de "estrita legalidade", o que foi adotado também pelos policiais civis, depois de decisão judicial na sexta-feira que mandou suspender paralisações que as categorias estivessem realizando.

Na prática, atuar na "estrita legalidade" significa não a usar telefones celulares durante o serviço ou fazer patrulhas com veículos fora de condições de segurança.

Apesar da crise entre o governo e os servidores do setor, não houve relatos de falta de segurança na capital durante o Carnaval.

A reunião desta quinta será com a secretária de estado de Planejamento e Gestão. Os policiais querem que o governador cumpra acordo feito em 2019 que previa reajuste de 12% em setembro do ano passado e outros 12% em setembro próximo. Em julho de 2020, dentro do acordo, as categorias receberam reajuste de 13%.

O governo Zema ofereceu na sexta-feira 10% para todo o funcionalismo do estado, proposta rechaçada pelas forças de segurança no mesmo dia em que foi anunciada.

Também na sexta, durante visita a obras na capital, Kalil disse que o problema da revolta é a mentira. "Não tem dinheiro, não pague. E, principalmente, não prometa", afirmou. "Quem provocou essa confusão foi o governo. Não foi a polícia nem as forças de segurança."

O prefeito de Betim afirmou que o município ainda não mediu as consequências do embate entre Zema e as forças de segurança do estado na cidade, mas reclamou da forma de governar do adversário. "Este governo só pensa em se desfazer do patrimônio do Estado, e não sabe transferir à iniciativa privada o que poderia para a melhoria dos serviços públicos", disse.

Em reunião nesta quarta, representantes das forças de segurança decidiram que não vão recuar do pedido de reajuste previsto do acordo. "Não abrimos mão disso. Vamos sustentar a mesma coisa. Se houver algo diferente, nos levantaremos da mesa", disse o presidente da Amasp (Associação Mineira dos Policiais Penais e Servidores Prisionais), Luiz Gelada.

O representante do Sindpol (Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais) não se mostrou animado com a reunião. "Não acreditamos que será resolvido. Nem se a reunião fosse com o Zema", analisou.Procurado, o governo de Minas não se manifestou.

Na sexta, ao anunciar o reajuste de 10% para todo o funcionalismo, o governador Zema justificou a proposta dizendo que o "cobertos das contas públicas é curto".

"O compromisso que faço hoje com os servidores públicos de Minas Gerais são conquistas que que neste momento estão no limite da possibilidade do estado", afirmou.

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