'Futebol não existe mais para mim', diz ídolo ucraniano em meio à angústia pela guerra

De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), até terça-feira (1º) 227 civis perderam a vida no confronto. Há centenas de feridos, e os refugiados passavam do milhão.

© Getty

Esporte ANDRIY-SHEVCHENKO 03/03/22 POR Folhapress

FOLHAPRESS - Considerado o melhor jogador da história do futebol da Ucrânia desde que o país se separou da extinta União Soviética (em 1991), Andriy Shevchenko tem passado dias de aflição a partir da eclosão da guerra em seu país.

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Casado e pai de quatro filhos, com residência na Inglaterra e forte ligação com a Itália, Shevchenko, 45, afirma que a invasão russa o fez se desligar completamente do futebol.

O ex-atacante, maior artilheiro da seleção ucraniana (48 gols), segue a carreira de treinador.

Comandou a Ucrânia na Eurocopa de 2020 (disputada em 2021 devido à pandemia de coronavírus), atingindo as quartas de final, e dirigiu o Genoa até a metade de janeiro deste ano.

Porém o esporte, para ele, está há uma semana "jogado para escanteio", deixado de lado, esquecido. "O futebol não existe mais para mim. Não penso nisso, não é hora para isso. Não estou vendo nenhum esporte, nada", disse Shevchenko ao canal londrino Sky Sports.

"Todo o meu foco, quando acordo, é em pensar em como ajudar meu país, o que posso fazer. Esse é o meu campo, a minha concentração, agora."

O segundo jogador a mais vezes ter vestido a camisa da seleção ucraniana -111, atrás apenas do ex-volante Anatolyi Tymoshchuk (144)- tem parentes muito próximos e vários amigos morando na Ucrânia, principalmente na capital.

"É um momento muito difícil para meu país, meu povo, minha família. Minha mãe [Mykola] e minha irmã [Elena] estão em Kiev, e há coisas terríveis acontecendo. Pessoas estão morrendo, mísseis estão apontados para as casas."

Informações sobre óbitos, tanto do lado ucraniano (militares e civis) como do lado russo (militares) não são precisas.

De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), até terça-feira (1º) 227 civis perderam a vida no confronto. Há centenas de feridos, e os refugiados passavam do milhão.

"Precisamos parar essa guerra, precisamos encontrar um jeito de parar a guerra. Temos refugiados, precisamos de ajuda humanitária, de apoio médico, de alimentos", declarou o ex-atacante do Milan, do Chelsea e do Dinamo de Kiev, em tom de apelo ao mundo.

Após quatro meses de crise com o Ocidente, a Rússia de Vladimir Putin decidiu atacar a Ucrânia em 24 de fevereiro. É a mais grave crise militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Shevchenko afirmou ter tentado convencer a mãe e a irmã a saírem da cidade e do país, sem sucesso. "A resposta é não. Querem ficar lá. Esse é o espírito ucraniano."

O ex-artilheiro, que tem agido para estimular e organizar campanhas de doações para ajudar seus compatriotas na guerra, capitaneou a Ucrânia na primeira e até hoje única participação do país em uma Copa do Mundo.

Em 2006, na Alemanha, a seleção ucraniana, famosa pelo uniforme amarelo, avançou até as quartas de final, quando foi eliminada pela Itália, que se sagraria campeã da competição.

Shevchenko ganhou uma Champions League, em 2003, com o Milan, e é dono de uma Bola de Ouro (2004), tradicional prêmio dado pela revista France Football ao melhor jogador do mundo.

Também em 2004, recebeu a honraria de "Herói da Ucrânia", concedida pelo governo, a mais alta distinção que pode ser oferecida a um cidadão do país.

Shevchenko chegou a tentar a carreira política no começo da década passada, filiando-se ao social-democrata Ukraine - Forward. O partido, contudo, não obteve êxito nas eleições legislativas.

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