© Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
O texto é assinado pelo diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do FMI e ex-presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, em conjunto com outros quatro representantes da entidade multilateral.
Segundo a análise, a atividade econômica será afetada por três canais principais. O primeiro deles é o avanço dos preços de commodities alimentares e energéticas, que deve corroer a renda das famílias e pesar sobre a demanda.
O segundo será o conjunto de dificuldades no comércio, sobretudo nos países vizinhos à guerra, que ainda enfrentam alto fluxo de refugiados.
Por último, a redução da confiança das empresas e maiores incertezas entre investidores pesarão sobre os preços dos ativos, além de restringir as condições financeiras e provocar fuga de capitais de emergentes.
Países com alta exposição à região do conflito em áreas como comércio, turismo e financeira devem sentir pressão adicional, acrescentam os diretores.
Para eles, as economias dependentes do petróleo terão déficits fiscais e comerciais mais altos. "Aumentos mais acentuados de preços de alimentos e combustíveis podem aumentar o risco de agitação em alguns regiões, da África Subsaariana e América Latina ao Cáucaso e Ásia Central, enquanto a insegurança alimentar provavelmente aumentará ainda mais em partes da África e do Oriente Médio", alertam.
O artigo ressalta que as previsões econômicas do FMI provavelmente serão reduzidas no próximo relatório de perspectivas, no mês que vem. "A longo prazo, a guerra pode alterar fundamentalmente o cenário econômico e a ordem geopolítica global", avalia.
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