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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Mesmo que o governo tenha determinado há quase uma semana a remoção do filme "Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola" dos serviços de streaming, o longa segue em exibição nas plataformas nesta segunda pela manhã.
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A comédia está no centro de uma polêmica após ser acusada de fazer apologia à pedofilia por bolsonaristas influentes como o secretário especial da Cultura, Mario Frias, e o deputado André Fernandes, numa grita que fez o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinar a censura do filme e, em seguida, subir a classificação indicativa, de 14 para 18 anos. Ambas as medidas estão ativas, de acordo com a pasta.
A comédia com Fábio Porchat e Danilo Gentili no elenco tem uma cena na qual o personagem de Porchat instiga dois garotos menores de idade a pararem de discutir e pede que o masturbem. As crianças reagem com surpresa, negando o pedido.
"O que é isso, preconceito nessa idade? Isso é supernormal, vocês têm que abrir a cabeça de vocês", diz o personagem de Porchat, que em seguida abre a braguilha da calça e puxa a mão de um dos meninos em direção a ela.
Segundo Frias, a cena é uma afronta às famílias, e o longa usa a pedofilia como forma de humor. Ele disse ainda que tomaria medidas cabíveis para que as crianças não sejam "contaminadas por esse conteúdo sujo e imoral".
A censura do governo foi publicada na terça (15) no Diário Oficial da União, e prevê multa diária de R$ 50 mil no caso de as plataformas seguirem exibindo a obra.
A medida é ilegal, dizem advogados, pois fere a liberdade de expressão para obras artísticas previstas na constituição, além de ter sido tomada pelo Executivo, não pelo Judiciário.O longa está disponível para streaming ou locação na Netflix, YouTube, Telecine, Globoplay, Google Play e Apple TV+.