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SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - A Rússia rejeitou nesta terça-feira (22) os alertas dos Estados Unidos de que o país poderia estar se preparando para conduzir ataques cibernéticos em resposta às sanções ocidentais aplicadas por conta da guerra contra a Ucrânia e afirmou que não se envolve em "banditismo".
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, advertiu na segunda que os serviços de Inteligência do país indicam uma crescente ameaça cibernética russa e pediu às empresas americanas que prepararem defesas "imediatamente".
"Se ainda não o fizeram, peço a nossos parceiros do setor privado a fortalecerem suas defesas cibernéticas de imediato", disse Biden em um comunicado.
Segundo a agência russa de notícias Tass, falando a repórteres em uma entrevista coletiva, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, rebateu o presidente norte-americano e disse que, "ao contrário de muitos países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, a Rússia não se envolve em banditismo".
Peskov também disse que as negociações em curso com a Ucrânia para pôr fim à guerra deveriam ser mais "substanciais". Ontem, o porta-voz russo declarou que as negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia ainda não haviam feito nenhum progresso significativo.
"Está em curso um certo processo (de negociações), mas gostaríamos que fosse mais enérgico, mais substancial", afirmou o porta-voz.
Biden faz alerta para possíveis ataques cibernéticos russos
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, advertiu nesta segunda-feira (21) que os serviços de Inteligência indicam uma crescente ameaça cibernética russa e pediu às empresas americanas que prepararem defesas "imediatamente".
Ele citou informação de Inteligência em desenvolvimento, segundo a qual "o governo russo está explorando opções para possíveis ataques cibernéticos", inclusive em resposta às sanções ocidentais impostas a Moscou por sua ofensiva na Ucrânia. "É parte do manual da Rússia", disse.
Biden afirmou que o governo dos Estados Unidos "continuará utilizando todas as ferramentas para dissuadir, interromper e, se for necessário, responder aos ataques cibernéticos contra a infraestrutura crítica".
Mais tarde, Biden também declarou em uma reunião de líderes empresariais norte-americanos que a Rússia tem "uma capacidade cibernética muito sofisticada" e que um ataque era uma das táticas "mais provável" que o presidente Vladimir Putin usaria.
Referindo-se a uma cúpula no ano passado em Genebra, onde advertiu Putin contra os ataques cibernéticos à infraestrutura crítica dos Estados Unidos, Biden disse que teve "uma longa conversa sobre qual seria a consequência se os usasse".
"Mas o ponto é que ele tem a capacidade. Ainda não os usou", acrescentou.
RUPTURA
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia convocou ontem o embaixador dos Estados Unidos em Moscou e disse que as relações entre os dois países estão "à beira de uma ruptura".
Em nota, o órgão disse que entregou ao diplomata John Sullivan um protesto contra falas recentes do presidente Joe Biden. "Essas declarações do presidente norte-americano, indignas de um homem público desse escalão, colocam as relações russo-americanas à beira de uma ruptura", escreveram.
A chancelaria da Rússia disse ainda que "ações hostis" contra o país serão respondidas de maneira "decisiva e firme".
O comunicado não especifica a quais falas se refere, mas na semana passada, Biden classificou o presidente russo Vladimir Putin como "criminoso de guerra" e "ditador assassino" pela invasão à Ucrânia, que está prestes a completar um mês.